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As Crianças e os Agrônomos


Amélio Dall’Agnol

No dia 12 de outubro se comemora o Dia da Criança, mas também, o Dia do Engenheiro Agrônomo. Por causa delas, a gente quase não é lembrado. Está certo. Elas são mais bonitinhas, mais engraçadinhas e mais exigentes. Até nós, os Agrônomos que temos filhos pequenos, acabamos nos esquecendo que esse dia também é nosso. Tudo bem, elas merecem.

Mas, para não passar o nosso dia em brancas nuvens, vou lembrar ao leitor que nós existimos e que a nossa presença poderia ser notada via crescimento na produção e qualidade dos alimentos. O Brasil está chamando a atenção do mundo por conta disso: “o Brasil está para a agricultura, como a China está para os manufaturados; é uma potência agrícola a cujo tamanho e eficiência poucos competidores são capazes de igualar” (Jornal Financial Times, em 23/6/2005).

O agronegócio brasileiro cresceu e tornou-se gigante no correr das últimas décadas. Hoje, ele contribui com mais de US$ 200 bilhões à economia brasileira, representando cerca de 35% do PIB, 40% das exportações e 40% dos empregos do País. Nos últimos cinco anos, os superávits agrícolas cobriram os déficits de outros setores da economia brasileira e geraram as únicas sobras da nossa balança comercial. No período 2000/05, o saldo comercial do agronegócio brasileiro passou de US$ 700 milhões negativos, para US$ 38 bilhões positivos.

Mas o que tem o Agrônomo a ver com isso?! Muito, se considerarmos que o crescimento do agronegócio nacional se deu, mais pelo incremento da produtividade e da qualidade, do que pela expansão da área de produção. Isto nos leva a intuir que o avanço da produção correspondeu ao uso de mais e melhores tecnologias nos processos produtivos: tarefa dos Engenheiros Agrônomos, principalmente. 

A propósito, se bem a produção agrícola brasileira cresceu em quantidade e em qualidade, favorecendo a imagem e a balança de pagamentos do País, o produtor não está feliz: os custos de produção cresceram, o valor das colheitas encolheu, o crédito está caro e a precária logística de transporte encareceu o produto para chegar ao centro consumidor ou exportador.

O Brasil precisa dedicar-se mais ao que sabe fazer bem: somos fortes na produção de grão, não de canhão. Mas nossa competência inclui, também, a preocupação com a produção sustentável: a que permite satisfazer as necessidades do mundo atual, sem comprometer a sobrevivência dos que hoje são crianças. E nesse campeonato, é decisiva a intervenção do Agrônomo na adoção de técnicas corretas de manejo dos campos, recomendando, entre outras tecnologias sustentáveis, o plantio direto, o controle biológico de pragas e doenças e a integração lavoura-pecuária, onde um processo produtivo beneficia o outro, mantendo para as gerações futuras, a capacidade produtiva dos campos.

O Engenheiro Agrônomo pode aproveitar esta data para avaliar o quanto está contribuindo para que o cenário agrícola continue favorável ao Brasil. Assim, o futuro das criancinhas que hoje comemoram o seu dia estará garantido e nós lembrados, não apenas como pais, mas, também, como os profissionais que transformaram o modelo destruir para produzir, pelo modelo produzir conservando. 

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