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Alternativas tecnológicas para a pecuária da Amazônia Ocidental. X. Tração animal



Newton de Lucena Costa

1. UTILIZAÇÃO DE BOVINOS E BUBALINOS EM ATIVIDADES DE TRAÇÃO ANIMAL

Em Rondônia, os migrantes, provindos das mais diversas regiões do país, praticam a agricultura itinerante, o que ocasiona imensos prejuízos financeiros e ecológicos, além de contribuir para o exôdo rural e a pecuarização. O uso da tracão animal poderá reduzir tais problemas, reduzindo as áreas encapoeiradas e a pressão sobre a floresta primária, resultando no aumento da área cultivada e da produtividade, diminuindo os custos e a demanda por mão-de-obra. Desta forma, foi conduzido um trabalho com o objetivo de comparar o desempenho de bovinos e bubalinos em atividades de tração animal. Os bubalinos atingiram o ponto de adestramento antes que os bovinos. O tempo gasto de trabalho por bubalinos e bovinos (jornada de seis horas/dia), respectivamente, foi 66 e 72 h para o encoivaramento, 30 e 29 h para a aração (arado de aiveca), 21 e 18 h para gradagem (grade com 18 polegadas), 10 e 12 h para o plantio e 8 e 10 h para a capina. No transporte de mercadorias, os búfalos apresentaram melhor desempenho, principalmente nos dias chuvosos e com cargas superiores a 500 kg.

2. UTILIZAÇÃO DA TRAÇÃO ANIMAL NA FAZENDA

Em Rondônia, nos últimos anos tem ocorrido uma acentuado declínio na produção e produtividades das culturas, anuais e perenes, o que, aliado a falta de incentivo ao pequeno produtor, tem contribuído para a sua migração para as zonas urbanas. A tração animal é uma alternativa para atenuar estes problemas, através de uma melhor utilização das áreas encapoeiradas do estado, aproximadamente 1,5 milhão de hectares, aumentando a área cultivada, diminuindo os custos e a dependência por mão-de-obra e, consequentemente, a produtividade agrícola. Neste contexto, foi conduzido um trabalho com o objetivo de incentivar o uso da tração animal, ao nível de fazenda, além de testar implementos para determinar quais os mais indicados às condições de Rondônia. O encoivarmento, aliado ao processo de capitalização do produtor, diminui a agricultura itinerante e, consequentemente, o ataque à flora e à fauna, em função da redução dos desmatamentos e queimadas. As operações agrícolas como aração, gradagem e cultivo deixaram o produtor menos dependente de mão-de-obra, além de permitir melhor uso da terra. Os policultores mostraram-se essenciais ao desenvolvimento da propriedade rural, sendo o policultor 300 o mais adequado em áreas novas e o policultor 1500 para áreas destocadas. O colar de couro, coalheira ou coleira aumenta o desempenho produtivo dos animais e possui vida útil elevada, quando comparado à cinta de couro ou à canga. O búfalo pode ser recomendado para o uso da tração animal, demonstrando grande capacidade de trabalho.

Ricardo Gomes de Araújo Pereira (Embrapa Rondônia); João Avelar Magalhães (Embrapa Meio Norte); Newton de Lucena Costa (Embrapa Amapá); Claudio Ramalho Townsend (Embrapa Rondônia)
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