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Alimentos seguros


Decio Luiz Gazzoni
Hoje, quem acordou cedo e assistiu o “Bom Dia Campo”, acompanhou a discussão sobre a segurança dos alimentos e suas implicações. Nele, alertamos que o Brasil desperta sentimentos antípodas de amor e ódio no comércio internacional. Amor, porque podemos garantir o abastecimento global de produtos agrícolas; ódio, porque nossa competitividade é de tal ordem que deslocamos outros competidores. Uma das razões pelas quais as regras de segurança dos alimentos no comércio internacional são cada vez mais restritivas é a proteção do mercado doméstico.
Um alimento é considerado seguro se os contaminantes físicos, químicos ou biológicos situam-se abaixo dos limites legais. Um limite pode ser a ausência total, se assim o determinar a legislação. O agronegócio brasileiro adapta-se com rapidez ao novo ambiente mercadológico, porque essa não é só uma exigência dos países importadores, ela também está presente no nosso mercado doméstico.
Existem diversas ações destinadas a monitorar a segurança dos alimentos no Brasil. Em dezembro de 2011, a ANVISA divulgou o resultado das análises de resíduos de agrotóxicos de 2.488 amostras de frutas e hortaliças, como parte do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA). Do total, 1,6% das amostras apresentavam limites de resíduos acima do permitido pelas normas brasileiras, um valor razoável no contexto mundial. Mas, melhorar sempre deve ser a meta!
Sem excluir outros, os três principais parâmetros da Ciência da Toxicologia para inocuidade química dos alimentos são:
1) Dose Letal 50 (DL50) – dose que mata 50% das cobaias em testes científicos;
2) Limite máximo de resíduos (LMR) - quantidade máxima de agrotóxico legalmente aceita no alimento;
3) Ingestão Diária Aceitável (IDA) – quantidade máxima do agrotóxico que, ingerida diariamente, durante toda a vida, não oferece risco à saúde, à luz dos conhecimentos científicos atuais.
Uma amostra enquadra-se ou não nas disposições legais do país se obedecer os parâmetros acima. A situação não é diferente em outros países, portanto alimentos que não sejam considerados seguros não terão mercado.
Quem o desejar, pode assistir o vídeo do programa em http://blogs.ruralbr.com.br/bomdiacampo/ 
O autor é Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja.

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