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AFINAL, A QUEM INTERESSA OS TRANSGÊNICOS?


Amélio Dall’Agnol

Estamos deixando cada vez mais confuso o cidadão brasileiro interessado em conhecer a verdade sobre os Organismos Geneticamente Modificados (OGM). Um grupo aparentemente pequeno, mas barulhento, tenta induzir toda a sociedade a acreditar que é muito ruim para a economia do Brasil e para a saúde dos brasileiros cultivar e consumir OGMs, valendo-se, muitas vezes, de argumentos que indicam, no mínimo, total ignorância sobre o tema.

Se bem é verdade que existem riscos potenciais vinculados aos OGMs, também é verdade que os potenciais benefícios dessa tecnologia são muito maiores, pelo que seria racional enfrentar esses riscos. Na verdade, os riscos são muito menores que os propalados pelos opositores da transgenia, de vez que a possibilidade dos mesmos ocorrerem foi reduzida ao mínimo pelos rígidos controles de segurança exercidos pela Comissão Técnica Nacional de Bioseguranca (CTNBio), a quem corresponde elaborar as normas para uma pesquisa segura e supervisionar criteriosamente a sua aplicação em nível de laboratório e de campo, evitando, assim, que uma eventual má criação da biotecnologia se multiplique e se propague no ambiente.

Os transgênicos, também são criticados pelos danos que poderiam causar ao ambiente, embora, a bem da verdade, essa tecnologia deveria ser considerada uma potencial benfeitora do ambiente ao invés de uma potencial agressora do mesmo, pois, ao contrário de poluí-lo, ela poderá protegê-lo com a incorporação de genes de resistência a pragas e doenças nas plantas cultivadas, o que reduziria a quantidade de agrotóxicos utilizados para protegê-las.

Garantia de risco zero, como parecem exigir os opositores mais exaltados dos OGMs, não existe. Qualquer atividade humana, por mais segura que possa parecer, apresenta algum grau de risco que é naturalmente aceito como contrapartida aos benefícios potenciais maiores dali resultantes.

A parcela da sociedade que ainda teme os transgênicos deveria preocupar-se, igualmente, com os riscos que a privação de tal tecnologia poderia causar ao bem estar econômico e social do País e do povo brasileiro. A moderna biotecnologia poderá constituir-se numa alavanca para o alcance de tal objetivo, solucionando velhos problemas de saúde e de alimentação da população.

O mundo já cultiva mais de 70 milhões de hectares de plantas transgênicas e a produção resultante vem sendo consumida - sem problemas - há mais de oito anos, aqui incluída a soja clandestina do Brasil, que é bom informar, vende igual que a não transgênica, dada a indiferença do consumidor quanto a essa característica. São enganosas, portanto, as aparentes restrições de europeus e asiáticos à soja geneticamente modificada. A propósito, seria interessante identificar quem são, quantos são e quem paga os fanáticos defensores da pureza genética, que, aparentemente, não representam a vontade da maioria da população.

O Brasil tem fome de desenvolvimento, razão pela qual tem interesse na transgenia pelos benefícios potenciais que essa ferramenta oferece.

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