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A globalização não permite paternalismos e preguiças


Climaco Cezar de Souza
Na globalização, há futuro para países que dão peixes e não varas de pesca e para jovens e adultos ociosos/preguiçosos (geração nem, nem, nem)? 
Pode parecer brincadeira, mas as frases acima podem bem explicar as atuais grandes dificuldades européias e de muitos países e povos que ainda não aceitaram/se prepararam para a globalização e as crescentes ofertas diversificadas/melhoradas do turismo mundial mais a invasão comercial e humana asiática e de outros concorrentes. Com a globalização tudo muda rapidamente e, na maior parte, para melhor e mais barato.

Globalização e Competitividades Crescentes e Inexoráveis 
Como competir com os baixos custos, a elevada produtividade da mão-de-obra, as benesses governamentais crescentes e até com o trabalho excessivo do Japão, Coréia, China, Cingapura, Índia, Indonésia, Myamar, Russia e outros? E tudo graças a centenas de anos de estudos sérios, muito trabalho, muita disciplina e que já migram da nova-antiga revolução industrial mundial - com uso intensivo da robótica, informática, máquinas especiais, aços especiais, titânio, aluminio – para a nova-nova revolução mundial dos ”nanobots”, “nanotubos”, “grafeno”, ”biocombustíveis a partir de algas comedoras de C02”, “etanol de florestas e lixo”, “biodiesel de esgotos”, “navios fábricas para 13 mil contêineres, econômicos e velozes (casco com espuma de neoprene), pacotes de transportes velozes, chipados/filmados e bem mais baratos no conceito completo de TRSRT (truck + rail +ship+ rail + truck); navios e portos gigantes e baratos somente tipo roll-on-roll-off (sem guindastes e ship loaders lentos e caros) e em aviões Antonov AN-225 para cargas de até 250 toneladas ou quase 10 carretas (peso total de 600 t.)  e voando a, incríveis, 850 km por hora etc.. 
Creio que até os ainda melhores do Mundo “yankees” e “chucrutes” – com muita admiração e todo o respeito – já estão tendo dificuldades em acompanhá-los. Isto é o que prova o pedido de falência nesta semana da ex-poderosa Detroit e que imperava nos mercados globais há apenas 20 anos.
 Como competir neste momento com a China, por exemplo, em custo da matéria-prima, preços finais e rapidez da construção civil e obras de infra-estrutura? Na internet há filmes de competições entre construtoras chinesas para ver quem constrói um prédio pré-montado de 30 andares mais rápido, resistente a terremotos e com alta qualidade, sendo o recorde atual de 15 dias e pela construtora chinesa “the China Broad Group” (tudo a base de steellframes, dry wall e muitos vidros e cortinas). Na China, segundo estudos da GT Gardiner & Theobald LLP - em dezembro/2011 sobre os níveis de competitividade dos países -, o custo do aço estrutural era apenas de US$ 1.111/tonelada/FOB, ante US$ 5.617/t. no varejo do Brasil; o cimento chinês custava US$ 79/t., ante US$ 180/t. no varejo do Brasil e o vidro valia US$ 4/m3/FOB na China, ante US$ 63/m3 no Brasil. 
Já, em termos de qualidade final das obras de infra-estrutura, no ranking internacional global 2012 da Consultoria especializada GlobalSherpa, a Alemanha ficou em 9o lugar, os EUA em 25o, a China em 69o lugar e o Brasil em 107o lugar. Já em obras rodoviárias, tivemos: Alemanha em 10o, EUA em 20o, China em 54o e Brasil em 123o lugar. Nas obras ferroviárias foram: Alemanha em 7o, EUA em 18o, China em 22o e Brasil em 100o lugar. Assim, a tão famosa qualidade brasileira e a tão propalada baixa qualidade chinesa são puro papo de grupos pouco competitivos e, pior, “mamando nos Governos”. 
Nos EUA há máquinas gigantes e automáticas da “NTC - New Track Construction” que constroem até 2 km de trilhos de ferrovias por dia e com pouquíssima mão-de-obra (a Vale comprou 3 delas). Recente, o Metrô do Rio importou da fábrica alemã “Herrenknecht” uma nova perfuratriz gigante, chamada de “tatuzão” e que perfura até 15 metros de rocha por dia (ou seja, 1 km – o tamanho médio de túneis ferroviários - em apenas 70 dias). Ao mesmo tempo em que abre o buraco do metrô, o “tatuzão” instala os anéis de concreto que formam o túnel. Esse sistema aumenta a segurança porque a cratera não fica sem sustentação. 
Um pouco de história e dos seguidos erros, que já mudaram o presente e muito mudarão o futuro dos Países e povos, iniciando pela Crise de 2008 
Há 25 anos, ainda na guerra fria (até o “Solidarnosc” polonês), havia apenas 2 mundos de grandes negócios: 1) Os EUA - sempre acompanhados pelos alemães e ingleses e mais recentemente pelos indianos - com tecnologias de ponta e inovadoras em automóveis, petróleo, comunicação, computadores, softwares, gestão empresarial, cinema etc..;  2) A Ex-União Soviética – também em parceria com alguns alemães e nunca com a China - e sua tecnologia imbatível para máquinas pesadas, trens, armas, foguetes, satélites etc. (sempre de olho na China e que era ainda mais fechada). Ninguém estava nem aí para quem fornecia alimentos, roupas, minérios, biocombustíveis etc. e muito menos para o meio-ambiente, Kyoto, incêndios florestais semi-urbanos, inundações e secas crescentes etc.. O NEGOCIO NÃO ERA TANTO COMPETIR, MAS BLEFAR, BOICOTAR OU MESMO DESTRUIR AS IDEIAS E PROJETOS DOS CONCORRENTES.
 Ai veio o choque do petróleo em 1973 e com ela a tal de globalização que hoje coloca – de forma altamente competitiva - os baratos produtos asiáticos no encalço das fábricas capitalistas ou socialistas em qualquer lugar do Mundo (e que só estão começando). Entre 1973 e 1974, os preços do petróleo ampliaram até 400,0% e os países ficaram em polvorosa e a procura intensa de suprimentos e de acordos internacionais com qualquer um que tivesse o óleo imediato ou seus derivados, suficientes e um pouco mais baratos (inicio da globalização).
Já a globalização, em si, iniciou com o uso intensivo da Internet – criada em 1969, a partir do programa Arpanet dos EUA - e da Microsoft, fundada em 1975 por Bill Gates, tornando o mundo uma verdadeira aldeia global em que é possível, previamente, investigar e comparar custos, produções, escalas, preços, transportes etc., alcançando os níveis que hoje todos sabemos e usamos. Muitos descobriram que já não tinham competitividade (custos e preços menores e qualidade melhor) e em seus próprios locais, pois importar poderia ficar muito mais barato e melhor do que produzir no local. No Brasil, hoje, por exemplo, mesmo tendo boa parte do minério do Mundo, não temos produções de trilhos ferroviários, pois, incrivelmente, segundo as siderúrgicas nacionais, compensa mais importar da China (nossa grande importadora de minério) do que fabricar aqui (o que muito está atrasando a implantação de nossas novas e fundamentais ferrovias). 
Posteriormente, vieram algumas medidas protecionistas tentadas/implantadas por alguns países, mas que não haviam como vingar neste novo ambiente tão competitivo. Após, vieram as facilidades de compras e de transportes internacional com navios e aviões cada vez mais rápidos, maiores e mais baratos. E tudo isto com o povo Mundial (já não há mais povos e países isolados, nem a Coréia do Norte e a Venezuela) sabendo e vendo livremente.
Ninguém percebeu, mas enquanto a Ex-União Soviética, China, Polônia e outros deixaram de lado suas idéias e práticas socialistas/comunistas, a maioria dos Países da antiga Europa partiu para praticá-las intensamente, embora teoricamente capitalistas.  A China aplicou com sucesso a maior e melhor Reforma Agrária capitalista do Mundo atual (bem ao contrário dos manuais comunistas). 
Com certeza, o maior problema atual da Europa é o elevadíssimo paternalismo, via significativo custo social mais a manutenção dos elevados ganhos sociais/financeiros anteriores de alguns trabalhadores e que culminaram, sem ofensas, na absoluta e visível falta de vontade de trabalhar de boa parte dos jovens e alguns adultos (acobertados por possíveis desempregos locais, embora com alta demanda de técnicos especializados em outros países, sobretudo no Brasil). Quem conhece bem a Europa não nega que é normal encontrar casas grandes, tipo sobrados ou vilas, com 3 a 5 famílias com até 15 pessoas habitando/alimentando/consumindo (filhos, netos, sobrinhos etc..), mantidas somente por 3 a 4 pessoas com certa idade, boa parte aposentada, em aposentadoria ou, anteriormente, semi-afortunadas (alguns estão vendendo os bens rapidamente ou re-hipotecando como nos EUA antes da severa crise, tudo para manter os padrões elevados ou pagar dividas).
O mais interessante é o elevado nível de estudos e cultura dos jovens e que, infelizmente, se dedicam mais ao ócio e a reclamar muito e de todos. Na maioria dos países europeus ainda há elevadas concessões socialistas, hoje, consideradas inimagináveis no Mundo globalizado (antigo capitalista), como hospitais, médicos, medicamentos, transportes e alguns alimentos, tudo de graça e para todos. Os Governos, é verdade, estão tentando reduzi-las, mas é muito difícil na atual conjuntura (concederam tudo – por votos -, cochilaram muito e demoraram a agir). Com isto quase ninguém mais quer pescar, porque já recebe o peixe pronto e na mão, especialmente dos Governos e dos genitores/parentes. 
Além disso, há combustíveis e veículos quase de graça em muitos países europeus (altamente subsidiados ou quase sem impostos), mesmo pagando fortunas para importações crescentes de petróleo, de gás natural e de eletricidade. Por outro lado, na Itália é muito estranho e decepcionante ver cidadãos importarem, alegremente, sem impostos caros veículos de “grife” da Alemanha, da França e de outros, enquanto as indústrias locais como a FIAT, e seus empregos atuais e futuros, padecem. Melhor para a esperta Alemanha que criou e que, na pratica, mantém a U.E.. 

Recente, o Prefeito do Rio, Eduardo Paz - ao responder pergunta de jornalistas franceses questionando e massacrando sobre feriado de dois dias na capital fluminense durante a visita do papa - teve a coragem de dizer que “França não é País de gente trabalhadora”, mexendo na ferida e acertando na mosca e no brio de pessoas que sempre se meteram tentando ensinar e cobrar muitos dos povos algo que não aprenderam e nem dão exemplos. 
Assim, aquela máxima franciscana e socialista do “é dando que se recebe” nunca funcionou em nenhum lugar do Mundo, que o diga a Rússia, Cuba e Angola, até porque foi mal interpretada (“é preciso dar bem mais trabalhos e não peixes”). Contudo, na contramão da história, é preciso que alguns países e povos latinos se convençam disto, pois senão o futuro também será negro. Na verdade, “cada povo tem o Governo que merece ou quer”.
 Atualmente, a elevada participação - antes considerada benéfica - do PIB Serviços (58,6%) e do PIB industrial (20,7%) nas economias desenvolvidas tem sido questionada após a crise mundial de 2008, vez que ela também é comum nas economias européias hoje em crise total e com elevado desemprego. Na Grécia, a participação do PIB Serviços mais Comércio chegou a 78,8% em 2010 (PIB agrícola com 3,3%), indicando elevadíssima dependência por turismo e comércio, cada vez mais voláteis e com alta concorrência chinesa, coreana, indiana, brasileira (No Nordeste e Norte do Brasil, as praias e pequenas cidades cada vez mais recebem europeus adultos ou aposentados da classe média ou ricos, que lá moram ou gastam) etc.. Na Espanha, o PIB Serviços mais Comércio respondeu por 72,6% em 2012 e em Portugal por 74,8% em 2011.
Enquanto o Salário Mínimo anual convertido, segundo algumas fontes, chega a US$ 15.080 /trabalhador nos EUA em 2011, na Austrália é de US$ 19.029, na França é de US$ 17.563, em Portugal de US$ 9.347, na Argentina de US$ 7.384, no Brasil de US$ 4.100 e em Bangladesh de US$ 844/trabalhador/ano. Na China, em Guangdon, o Salário Mínimo de operários industriais equivale a apenas US$ 100/mês, igual a US$ 1.200/ano. O motor fundamental chinês são os baixos salários, não falta mão-de-obra barata chegando todos os dias do empobrecido campo para abastecer o mercado de trabalho. Somente a região de Shangai recebe diariamente 28.000 novos trabalhadores ávidos por encarar jornadas de seis a sete dias por semana, doze horas por dia, recebendo algo entre US$ 100 e 200 por mês. As plantas de Pou Chen, uma em Zhuhai e outra em Dongguan, empregam 110 mil pessoas e produzem em série 100 milhões de pares de sapatos ao ano para Nike, Adidas, Caterpillar, Timberland, Hush Puppy, Reebok, Puma e outras. Já operários muito especializados da moderna Foxconn/Apple em ZhengZou só recebem US$ 634 por mês, igual a US$ 7.600/ano.
A nova União Européia, além de carregar o ainda pobre leste europeu nas costas, somente sairá desta difícil situação quando passar a trabalhar bem mais e a gerar mais empregos industriais e no agronegócio (como na Alemanha, Inglaterra e parte da França) e não em Serviços e Comércio. Mas de nada adianta isto, se continuarem a conceder os elevados benefícios sociais e outros (o peixe). Obviamente, não sou contra tais benefícios, mas no Mundo globalizado atual não há como competir com eles, em redução rápida inclusive na China. Trata-se da sobrevivência dos Países e povos para que não ocorram subserviências (como ocorreu na ex-União soviética e ainda ocorre em parte da América Latina e África). Também é preciso pedir e insistir com os jovens que passem, novamente, a serem produtivos e responsáveis. Em Portugal, muitos jovens que migraram ou que ainda moram nas grandes cidades – a maioria com curso superior e pós-graduação nas áreas industrial ou comercial – está voltando para renovar a agricultura – hoje com baixa competitividade - e o interior, mediante incentivos do Governo como financiamentos de investimentos e a fundo perdido (sábia e importante medida e um bom modelo para as “Casas Familiares Rurais” do sul do Brasil e que também deveriam ser implantadas no Nordeste e Norte. O custo de implantação e total do custeio anual, em parcerias, seria muito pequeno, diante dos gigantes e imediatos resultados).
 Contudo, os EUA, o Brasil e outras economias capitalistas/trabalhistas precisam do máximo cuidado para não entrarem na prática européia do é “dando que se recebe” e que não funcionou e nem o povo ficou mais bem alimentado/alojado. Para se eleger Obama prometeu muitas políticas socialistas, mas as vem implantando com parcimônia e reforçando a geração de mais empregos. No Brasil, a distribuição de renda anterior estava tão desigual e o povo pobre passava tanta fome que Lula e Dilma precisaram criar/dinamizar o “Bolsa Família” para bem alimentar os mais pobres (hoje também com o “Minha Casa Minha Vida”). Contudo, nossa atual política de geração de empregos suplanta, de longe, os tais benefícios sociais concedidos. Tais benefícios funcionaram e muito bem, pois eram necessários, mas todos sabemos que políticas de ampliação do consumo não desenvolverá o País, mas sim a redução do “Risco Brasil” e a implantação rápida das obras de infra-estrutura e logística.
Os anos 2012 e 2013, a meu ver, podem ser considerados como para re-ordenamento estratégico, enquanto se implantam centenas de obras para interiorização e ampliação do desenvolvimento, todas com recursos dos novos Programas PAC 1, PAC 2, PIL, Energias, Pre-Sal, Novos Portos, Novos Aeroportos e outros. Os valores a investir chegam a R$ 470,1 bilhões, incluindo R$ 148,1 bilhões em energias (geração de mais 32.971 MW e 23.200 km de novas linhas); R$ 91,1 bilhões em 10 mil km de novas ferrovias; R$ 80,0 bilhões em novas jazidas de petróleo e gás; R$ 54,6 bilhões em 159 novos portos; R$ 42,0 bilhões em mais 7.500 km de rodovias e R$ 18,7 bilhões em novos aeroportos, sendo 2 internacionais e 800 regionais, tudo graças às nossas elevadas reservas. Em março de 2013, nossas reservas internacionais – graças aos crescentes e seqüentes superávits somente da balança dos agronegócios - chegaram a US$ 376,5 bilhões, ante apenas US$ 21,0 bilhões em dezembro de 2003. 
Em minhas palestras, apolíticas, sempre cito sem medo e como técnico e patriota, que se Dilma conseguir implantar metade das obras em andamento e atrair empresários – internos ou externos - para investir nos locais onde elas estão ou por onde elas passarão, ela será considerada a 3ª melhor Presidente do Brasil, só após Vargas e JK. Lembro que não sou político, nem petista, mas um técnico muito nacionalista e que não posso, como Consultor e Professor, “agir por paixões, mas por razões”. 
Também, no Brasil, as pessoas fingem que esquecem, mas é importante lembrar que, em 1980, o nosso PIB era apenas de US$ 148,9 bilhões, ampliando para US$ 644,3 bilhões em 2000, para US$ 1,6 trilhão em 2009 e com chances de ampliar para US$ 3,4 trilhões em 2018, segundo o FMI. Igualmente, mesmo com a população brasileira ampliando de 118,6 milhões em 1980 para 195,2 milhões em 2011, o PIB brasileiro “per capita” nominal ampliou de US$ 1.256/pessoa em 1980 para US$ 12.789/pessoa em 2011 (dados do FMI). Quem duvida disto, vá ao interior e veja as condições socioeconômicas atuais dos povos que há 20 ou 30 anos passavam fome e que não tinham empregos, comunicação, roupas, escolas urbanas, escolas rurais, água tratada, ruas calçadas, bancos ou postos bancários, saúde mínima, lazer etc. Os aposentados rurais passavam fome, viviam de ajudas e se vestiam com trapos. Os alimentos locais eram escassos e caros e só para os ricos, à época, funcionários públicos e os coronéis. Nosso grande problema atual é que estamos crescendo muito mais rápido do que temos condições de suprir/controlar e isto gera sérios problemas nas médias e grandes cidades e capitais, sobretudo em transportes, educação, saúde, segurança etc.. 
Somente nossa Classe Média (classe C) aumentou de 45,6 milhões em 1993 para 105,5 milhões em 2011 (já igual a 55% da população), o que significa um ótimo mercado interno e em franca expansão. Também no caso dos 10% mais pobres (classes D e E), mesmo com a queda benéfica do número de participantes, houve incremento real de 7,2% na renda familiar média no período. Contudo, nossa renda ainda é muita concentrada nas regiões Sul e Sudeste e que, no conjunto, somente significam cerca de 1/3 do território brasileiro e de suas potencialidades. Ainda temos 2/3 do País interior a desenvolver e a bem explorar sustentavelmente, principalmente levando cidadania e bem estar social. No Brasil, em 2010, apenas 15,6% do povo ainda morava, consumia e produzia na área rural (84,4% já migraram e residiam na área urbana e cerca de 80,0% moravam a até 200 km da beira mar). Na Índia 70,0% moravam no interior, na China, 50,0% e nos EUA 26,0%.
O FUTURO DO PRESENTE E OS DEVERES DE CASA 
Mais uma vez, a chave das mudanças mundiais deve passar pelo comportamento e pelas ações atuais e futuras dos EUA. Se Mr. Obama não insistir em maiores ações e benefícios sociais e no desenvolvimento baseado na promoção do consumo (cópia do Brasil?), mas na redução de custos das empresas para aumento da competitividade, a moeda, US$, mais uma vez triunfará, novamente mudando a geografia socioeconômica mundial (ainda mais agora com suas reservas gigantes de xisto petrolífero). É bom lembrar que um operário simples e sem treinamentos nos EUA ganha entre US$ 20 e US$ 30 por hora de trabalho. Com isto, as poderosas multinacionais norte-americanas continuarão mandando no Mundo.
Por outro lado, as economias asiáticas estão correndo o sério e elevado risco (talvez único) de americanização acelerada de suas populações, costumes e cultura. Com isto, não haverá como frear os novos jovens e adultos asiáticos e o seu elevadíssimo poder econômico e político. Com certeza neste ritmo, eles irão americanizar rapidamente a China, Singapura, Indonésia, Índia e outros, aliás como já fazem intensivamente no Japão e Coréia. Com bem maiores salários a pagar e mais e melhores benefícios a conceder, para onde irão as atuais elevadas competitividades chinesas, singapuranas, indianas? Na Rússia e outros da cortina de “vodkaviar”, isto já ocorre, embora boa parte ao que parece ilegal. Na China, mais nos fechadíssimos e centralizados países da “cortina de bambu”, a americanização está muito rápida e até desenfreada. Como é que os Governos farão para deter esta crescente americanização e que também está levando intensivamente os jovens e adultos dos campos para as cidades, ao tempo que degradam totalmente o interior e suas fazendas, deixando aqueles países inteiramente à mercê da elevada e crescente importação de alimentos e até energias? Para o Brasil atual serão oportunidades ou ameaças? E para o Brasil futuro? 
É bom lembrar que Lech Walesa criou e atuou no Solidarnosc apoiado em Conselheiros yankees. 
Quanto a atual situação e formas de Governos e ações sociais da Venezuela, Argentina, Peru, Bolívia e Uruguai e outros, nem é bom falar, pois estão nitidamente na contramão dos caminhos atuais e, principalmente, futuros. 
No Brasil, segundo economistas e alguns sociólogos sérios, começa a surgir - em grande intensidade e copiando o modelo europeu - a famosa GERAÇAO NEM NEM NEM, em que os jovens NEM estudam, NEM trabalham e cujos pais não estão NEM ai.

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