CI

A FORÇA DOS JOVENS NA PROMOÇÃO DA INOVAÇÃO


Amélio Dall’Agnol

As constantes transformações sociais, econômicas, políticas e tecnológicas - que modificam cada vez mais rapidamente o ambiente que nos cerca - exigem das pessoas mudanças de igual teor e intensidade para não ficarem à margem do desenvolvimento que essas transformações representam. Nesse contexto, alguns indivíduos reagem mais rapidamente que outros. Os jovens, por exemplo, são mais receptivos às mudanças e se adaptam mais facilmente aos novos cenários. A turbulência é uma força da juventude.

Mudar costumes, crenças e conceitos não é fácil e vai-se tornando mais difícil à medida que as pessoas envelhecem. Com o avançar da idade, as pessoas assumem mais compromissos sociais e se tornam mais sensíveis a um eventual fracasso de uma iniciativa mal sucedida, preferindo a segurança do status quo ao provável êxito de uma mudança arriscada.

Com os jovens não é assim. Por sua pouca idade, eles ainda não protagonizaram experiências de vida que os transformassem em depositários de idéias e conceitos caducos, estando mais receptivos às iniciativas e aos desafios de um novo empreendimento. A cabeça de um jovem é mais maleável: “é de pequenino que se torce o pepino”, ensina a sabedoria popular. Eles podem expor-se mais ao risco de um mau negócio, porque, na eventualidade de a hipótese concretizar-se, eles contam com mais energia e toda uma vida para recuperar-se do impacto negativo.

No entanto, não é nada fácil ao jovem empreendedor executar as mudanças necessárias para viabilizar o negócio da família: a tendência dos mais velhos é menosprezar as idéias “revolucionárias” dos jovens. Talvez, por causa disso, muitos pacíficos produtores rurais, desiludidos com a falta de perspectivas no campo e enfrentados à sua própria incapacidade de modernização, viram-se marginalizados no próprio campo e preferiram enfrentar a incerteza da vida urbana, onde a fome, o desprezo e o desespero os transformaram em violentos cidadãos urbanos. Esse êxodo involuntário poderia, eventualmente, ter sido evitado, se o potencial de inovação dos jovens tivesse sido mais bem aproveitado, privilegiando as suas iniciativas ao invés de favorecer a vontade dos adultos, sempre mais reacionários a aceitar mudanças. Os jovens, além de mais receptivos à inovação, são mais ousados: o risco lhes representa um desafio e esse desafio um estímulo. “O futuro não é o que a gente teme, é o que a gente ousa” (Carlos Lacerda).

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.