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A era da biotecnologia


Amélio Dall’Agnol
“Não sei o que vem pela frente, só espero que seja pela frente”, dizia o parachoque de um caminhão que encontrei pelo caminho de uma viagem qualquer. Eu poderia afirmar o mesmo, quando me perguntam com quais novas tecnologias o agricultor poderá contar nos próximos anos. Não sei, só espero que sejam boas.

Ninguém pode adiantar os desenvolvimentos que impactarão a nossa futura produção agrícola, depois das tecnologias que revolucionaram o campo ao longo das últimas décadas, com destaque para o plantio direto e o desenvolvimento da soja adaptada às condições de baixa latitude do Cerrado brasileiro. Estas e outras tecnologias alavancaram o país da condição de importador de alimentos, para segundo maior exportador desses produtos e a caminho da liderança global.
Embora não seja possível precisar quais serão os futuros desenvolvimentos agrícolas, é possível prevê-los a partir do comportamento das corporações globais de agroquímicos, que, subitamente parecem ter-se desinteressado pelo desenvolvimento de novas moléculas de pesticidas e passaram a dar muita atenção à genética das culturas. Se essa tendência se confirmar, pode-se inferir que a estratégia dessas corporações é investir na sofisticada e dispendiosa engenharia genética, na busca pelo desenvolvimento de sementes que dispensam o uso de pesticidas ao invés de desenvolver novos pesticidas.
Usando o raciocínio lógico: se essas transnacionais - ninho das mentes mais brilhantes do mercado e, portanto, em condições de perscrutar o futuro com mais acerto - estão direcionando seus esforços para a genética de novas sementes, é porque ali está o mapa da mina. Seu domínio das técnicas de engenharia genética e com recursos abundantes para investir no potencial das biotecnologias, pode-se antever que os próximos grandes desenvolvimentos tecnológicos agrícolas virão pela via dos transgênicos.

Os produtos transgênicos já fazem parte do dia a dia de todos nós, sejamos ou não simpáticos a eles. Estão presentes nas hortaliças, na carne e no queijo que comemos, no leite que bebemos e na roupa que vestimos. Presentes, até mesmo, nos remédios que curam as nossas dores.
Prepare-se consumidor, porque novos produtos geneticamente modificados chegarão ao mercado no correr dos próximos anos e não seria utópico afirmar que esses produtos farão, no setor dos alimentos e dos remédios, revolução semelhante à patrocinada pela informática na área das telecomunicações. Imagine-se você hoje, sem o computador, e-mail, celular ou smartphone!
 Nós desconhecemos os avanços biotecnológicos que estão a caminho, mas os cientistas de renomadas universidades e corporações multinacionais sabem e não irão nos contar agora.
 
 

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