![Climaco Cezar de Souza](https://www.agrolink.com.br/upload/colunistas/102038_464265.jpg)
Tal situação só não funciona melhor, pois quase não há armazenagens estratégicas e preventivas, sobretudo nos próprios imóveis rurais (como ocorre muito nos países concorrentes) e mesmo com os Governos muito incentivando aqui, mas também com uma forte atuação – preliminar e direta - das grandes tradings multinacionais quase que impedindo isto.
Também, o Brasil não tem uma política publica de estocagens de produtos perecíveis e/ou de curta duração e/ou com perdas rápidas de qualidade no pós-colheita (carnes, lácteos, feijão, alguns hortifrutis etc..). Seriam necessários apenas uns poucos - de 5 a 10 - armazéns frigorificados ou, pelo menos, herméticos (muito mais baratos), estrategicamente bem localizados, por exemplo, como detém a Austrália, sendo que armazenagem privada de nada adianta nestes casos.
Com isto, boa parte de nossas inflações de alimentos (normais, sazonais ou climáticas) decorrem mais da falta de uma correta política de armazenagem publica, suficiente, adequada e estratégica. literalmente: “ainda temos inflação de alimentos somente porque queremos”. As produções vêm sendo muito incentivadas, mas boa parte dos grãos e alimentos ainda se perde na colheita, no transporte, no lixo, no ralo ou é vendida rapidamente por faltas de armazenamentos adequados nos imóveis ou, sobretudo, públicos desde que modernos, estratégicos e bem localizados, nos casos dos alimentos perecíveis e imediatos. Os Governos não podem se afastar de uma missão que é apenas suas, sobretudo nos alimentos que exigem armazenamentos estratégicos, pois estes sempre colaboram para despertar o dragão da inflação mensal de alimentos.
Já os alimentos, embora já com algumas significativas elevações mensais em seus preços (linha azul médio com marcadores vermelhos) nem tanto contribuíram para os índices acumulados da inflação no ano (IPCA = linha azul escuro com marcadores amarelos). Só que a imprensa, dita séria, divulda apenas isto.
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Infelizmente, numa analise apenas mensal, os alimentos foram os vilões da inflação, MAS SOMENTE EM AGOSTO DE 2011, boa parte ainda pelos efeitos da entressafra e falta de estocagens.
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