CI

Avião elétrico


Decio Luiz Gazzoni
O primeiro avião elétrico do país deve ser lançado em agosto de 2013. E não se trata de brinquedo de criança ou aeromodelo de adulto, é um avião verdadeiro, que voa com piloto e passageiros! O aparelho tem dupla propulsão, ou seja, é um veículo híbrido, que funciona tanto com uma bateria elétrica, quanto com combustível líquido (combustão interna). Por ser do tipo flex, obviamente pode usar um biocombustível, como o etanol. A aeronave terá autonomia de, aproximadamente, 300 quilômetros, o que permite voar de Londrina a Cascavel ou de Londrina a Curitiba, sem reabastecer. Nada mau, sabendo que o recorde mundial de autonomia de um carro elétrico é de 600 km. 
E agora o mais interessante: o desenvolvimento deste avião está sendo feito no Paraná. Em parceria com a ACS Solutions, a Itaipu Binacional, localizada em Foz do Iguaçu, pesquisa novas tecnologias, que sejam capazes de conferir mais autonomia de voo aos aviões. Reduzir o peso, ao tempo em que aumenta a potência da bateria utilizada, é o maior desafio desse projeto. Um dos fatores limitadores para os veículos elétricos – carros, caminhões, ônibus ou mesmo aviões – é, justamente, a capacidade de armazenamento das baterias e o seu peso, os quais limitam o restante do projeto. Logo, a meta é armazenar a maior quantidade de energia com o menor peso, maximizando a potência obtida. 
De olho no futuro, que será dos carros elétricos, Itaipu já vinha investindo em pesquisas de carros e utilitários elétricos, que colocam o Brasil em posição de destaque no cenário internacional. O modelo de avião utilizado nas pesquisas é o ACS 100 Sora, originalmente equipado com um motor a combustão, e que está sendo adaptado para receber a nova tecnologia. 
Os primeiros voos de teste estão programados para julho de 2013. Após a obtenção das certificações exigidas por Lei, a meta é comercializar o modelo, com produção em escala industrial. Para a cadeia de produção de biocombustíveis, a viabilização deste avião representa não apenas um novo mercado, mas a consolidação da credibilidade do uso de biocombustíveis, pelas severas exigências da indústria e dos órgãos de controle aeronáuticos. 
O autor é Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.