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Aquecimento global, energia e alimentos


Amélio Dall’Agnol
É justificável o alerta constante que recebemos dos organismos vinculados à ONU (FAO, IPCC, EIA, entre outros) a respeito das ameaças que pairam sobre o nosso planeta quanto aos riscos do aquecimento da superfície terrestre, do esgotamento das terras agricultáveis e do inevitável fim das fontes fósseis de energia.
O aquecimento da atmosfera é resultado do acúmulo de gases de efeito estufa (GEE) na superfície da terra, principalmente do CO² proveniente da queima de combustíveis fósseis, cuja origem é a própria matéria orgânica de plantas e animais soterrados por cataclismos naturais durante centenas de milhões de anos e agora sendo explorados como petróleo, carvão mineral ou gás natural.
Como consequência do acúmulo dos GEE na parte inferior da atmosfera, a superfície da terra se aquece além da conta, podendo incrementar o efeito de desastres climáticos (tufões, inundações, estiagens...), além de promover o derretimento das calotas polares, o que elevaria o nível dos oceanos e inundaria as cidades costeiras, destruindo-as.
O alerta sobre os potenciais efeitos dos GEE se soma aos potenciais riscos da falta de alimentos e de energia, como consequência do aumento no consumo, estimulado pelo crescimento da economia - especialmente nos países em desenvolvimento. Com renda per capita maior a população consome mais, razão pela qual a demanda não para de crescer, ao tempo que os espaços produtivos para alimentos se esgotam e as fontes fósseis de energia (ainda responsáveis por mais de 80% do consumo global), caminham inexoravelmente para o seu fim.
Sim, tudo isto pode acontecer, se nada for feito. Talvez não com a veemência propalada pelos ambientalistas radicais e tampouco com a velocidade anunciada, de vez que muita coisa está sendo feita, tanto para evitar o aquecimento global, quanto para evitar a falta de energia e a de alimentos, cuja produção certamente crescerá como consequência do potencial aumento da produtividade promovida por novas e revolucionárias tecnologias, permitindo uma produção maior em espaços menores. A propósito, recordemos os prognósticos catastrofistas que Malthus fez no século 19, que não se realizaram porque avanços tecnológicos os impediram.
As futuras novas fontes de energia serão majoritariamente renováveis, as quais não acumulam GEE na atmosfera porque não os produzem (solar, eólica, hidroelétrica, geotérmica...) ou porque o CO² emitido pela queima de cultivos energéticos num ano, no ano seguinte será recapturado por novos plantios das mesmas matérias primas.
Por outro lado, precisamos ter em mente que, tanto o consumo de energia quanto o de alimentos, não têm a perspectiva de crescer indefinidamente. Estima-se que lá pelo meio deste século, a população estará estabilizada, assim como o consumo de energia e de alimentos, podendo, até, iniciar uma curva descendente.
Ainda não vislumbramos motivos para acreditar na possibilidade iminente de um fim apocalíptico para o nosso planeta. É racional e pertinente que nos preocupemos e façamos a nossa parte para evitar o pior, mas sem desespero. Se o mundo for destruído agora, muito provavelmente seríamos vítimas de um grande meteorito ou de um vulcão gigante e não como consequência do aquecimento atmosférico causado pelos GEE.

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