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Agronegócio e agricultura familiar


Amélio Dall’Agnol
O Brasil chamou sobre si as atenções do mundo. Está sendo enaltecido, não pelo seu bom IDH, pela segurança e saúde disponibilizados aos seus cidadãos, pelo baixo índice de corrupção dos seus políticos ou pelo nível de escolaridade da sua população. Nosso país está sendo admirado pela eficiência na produção de alimentos. Em outros termos, pelo seu pujante agronegócio.
Atualmente, esse segmento da economia brasileira responde por cerca de 30% do PIB nacional, pela geração de 37% dos empregos e por 36% das exportações totais do país. A quase totalidade do superavit da balança comercial brasileira tem origem nas exportações de produtos agrícolas. A crise de 2008, que afetou meio mundo, no Brasil não passou de uma marolinha, graças ao agronegócio.
O Brasil, que há apenas algumas décadas figurava como um importador de alimentos, hoje, alem de autoabastecer-se, apresenta-se como o segundo maior exportador de comida e a caminho da liderança, de vez que pode contar com a disponibilidade de imensas reservas de terras agricultáveis, água abundante para irrigação, tecnologia para produção em regiões tropicais e clima favorável para multiplicar várias vezes a sua atual produção e disponibilizar enormes excedentes para alimentar o mundo.
Em menos de duas décadas (1990 a 2008), o Brasil cresceu mais na produção de grãos e de carnes do que nos 490 anos anteriores desde o seu descobrimento, motivando a seguinte declaração do principal jornal econômico europeu: “o Brasil está para a agricultura, como a China está para os manufaturados; é uma potência agrícola, cujo tamanho e eficiência poucos competidores são capazes de enfrentar” (Financial Times - 23/6/2005).
Apesar do evidente sucesso e reconhecimento internacional, o agronegócio brasileiro vem sendo sistematicamente criticado por setores radicais e retrógrados da sociedade (vide MST), que, como contrapartida, defendem a agricultura familiar, como se esta não fizesse, também,  parte do agronegócio.
Na verdade, agricultores familiares bem sucedidos, que souberam transformar o empreendimento familiar numa empresa rural lucrativa, também são vítimas desses críticos, indicando, aparentemente, que o que os incomoda não é o agronegócio, mas o êxito dos que se deram bem no campo, sejam eles agricultores familiares ou grandes empresas agrícolas.
Muitos desses críticos do agronegócio são ex-produtores rurais falidos, que, inconformados com a frustração dos seus sonhos, desejam puxar para o andar de baixo os que estão no andar de cima, já que eles não conseguem subir. É a busca da igualdade para todos, mas no andar de baixo.
O sucesso dos outros incomoda. A inveja é o mau hálito da alma, dizia Roberto Campos, ex-Ministro do Planejamento do Brasil.

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