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Administrando com inteligência


Decio Luiz Gazzoni
Indicado que fui pelo International Council for Science, esta semana auxilio na elaboração do planejamento estratégico dos institutos de Ciência e Tecnologia do Governo do Equador, aqui em Quito.
                O foco é a busca de soluções para os grandes desafios das duas próximas décadas. Na área agrícola, a meta deve ser obter a mais alta produtividade e qualidade possíveis, com o mínimo de impactos ambientais e sociais adversos. Desafios externos à agricultura, tais como as mudanças climáticas ou a drástica redução da oferta de mão-de-obra na zona rural, devem ser enfrentados com inovações tecnológicas que auxiliem na solução do problema, sem perder de vista a sustentabilidade dos processos. Questões típicas da agricultura, como o agravamento do problema de pragas, ou a redução da população de polinizadores, precisam ser endereçadas tanto do ponto de vista tecnológico, quanto na geração de propostas de políticas públicas para o seu enfrentamento.

                Um dos institutos estuda, especificamente, alternativas de energia renovável. Novamente, a solução passa por uma visão de futuro que inclui a determinação da sociedade na busca de um futuro sustentável, aproveitando as potencialidades naturais do pais, seja em biomassa (biocombustíveis), água, vento, sol ou energia geotérmica. Associar-se aos principais grupos internacionais, que estão gerando inovações rompedoras de paradigmas, é uma das propostas.
                Na área de gestão, pesquisas internacionais comprovaram que, independente de país, instituição ou época, a burocracia e o controle exercido sobre as equipes científicas são inversamente proporcionais à criatividade e à produtividade. Ou seja, quanto mais se controla, quanto mais se impõe burocracia, menos tecnologias são geradas, e com menor grau de rompimento com paradigmas já existentes. Minha recomendação é listar a burocracia considerada como o mínimo imprescindível e, a partir daí, cortar em 50% este mínimo imprescindível. E punir, exemplarmente, quem for flagrado transgredindo as normas gerais do país. A experiência mostra que é mais barato conviver com pequenos desvios que comprometer a capacidade de uma instituição de oferecer soluções para resolver os problemas do país.

 
O autor é Engenheiro Agrônomo.

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