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A produtividade agrícola brasileira


Amélio Dall’Agnol
O Brasil tem despertado a atenção do Primeiro Mundo pela eficiência na produção agrícola. No lapso de apenas algumas décadas, o País converteu-se de importador para grande exportador de alimentos e já sinalizando com a liderança global no fornecimento de comida para o resto do mundo, a persistirem os atuais ganhos de produtividade nos campos de produção brasileiros.
Essa transformação teve início na década de 1970, mas seu desenvolvimento mais expressivo ocorreu a partir de 1990, quando a produtividade média dos cinco principais grãos (trigo, milho, soja, arroz e feijão) era de 1.522 kg/ha, 119% menor que a produtividade atual (2013/14), estimada em 3.340 kg/ha, o que explica o avanço de apenas 55% na área cultivada no período (36,2 para 56,2 milhões ha), contra o aumento de 214% na produção desses grãos (58,2  para 182,6 milhões t).
Não fosse o sucesso do agronegócio, cada ano superando os recordes de produção e de superávits comerciais do ano anterior, não estaria o governo a jactar-se dos saldos positivos na balança comercial nas suas trocas com o exterior ao longo das últimas décadas. A bem da verdade, o agronegócio, não só responde pela totalidade do saldo comercial acumulado pelo Brasil ao longo das duas últimas décadas, como esse saldo seria muito maior não tivesse o agronegócio que desembolsar enormes quantias dos seus sucessivos superávits para zerar os sucessivos déficits de outros setores da economia.
A transformação ocorrida com as culturas do arroz e do feijão, provedoras da mais tradicional comida dos brasileiros, é exemplar para ilustrar a mudança ocorrida nos campos de produção do Brasil, em termos de eficiência produtiva. O arroz teve a sua área reduzida em 43% no período 1991/2014 (4.180.000 ha para 2.373.000 ha), contrastando com a produção, que numa área 43% menor, produziu 57% mais (7.968.000 t para 12.516.000 t). Com o feijão não foi diferente, tendo sua área de cultivo reduzida em 38% (5.047.000 ha para 3.129.00 ha), sua produção cresceu 44% (2.346.000 t para 3.385.000 t). Esses aumentos foram consequência do crescimento de 176% na produtividade do arroz (1.906 kg/ha para 5.275 kg/ha) e de 133% na do feijão (465 kg/ha para 1.082 kg/ha).
O trigo manteve a produção praticamente inalterada no período 1991/2014 (5.478.000 t para 5.528.000 t), embora sua área tenha sido reduzida em 67% (3.307.000 ha em 1991, para 2.210.000 ha em 2014), resultado do incremento de 51% na produtividade (1.657 kg/ha para 2.502 kg/ha).
Este é o Brasil que está dando certo, destarte as críticas injustas que recebe de setores atrasados da sociedade brasileira, que nada ou muito pouco entendem de campo e dos seus mistérios. É dos enormes superávits do agronegócio que sai o dinheiro que alimenta o Bolsa Família e outros programas sociais caros ao governo.
“O progresso é realizado pelos homens que fazem e não pelos que discutem de que modo as coisas não deveriam ter sido feitas” (Franklin Delano Rooservelt, ex-presidente americano).

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