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Saúde mental: como os alimentos podem afetar seu bem-estar emocional

Especialistas explicam a importância de uma dieta equilibrada



Foto: Pixabay

A relação entre alimentação e saúde mental é mais estreita do que parece. Segundo especialistas consultados pela Josapar, manter uma dieta equilibrada pode contribuir diretamente para o equilíbrio emocional, enquanto o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados tende a agravar quadros como ansiedade e irritabilidade.

A nutricionista Aline Maldonado e o psicólogo Paulo Henrique Nunes explicam que a saúde mental, por ser multifatorial, depende de uma série de práticas combinadas, entre elas a alimentação. De acordo com os dois, o que se consome diariamente influencia a produção de neurotransmissores, como a serotonina, e também impacta nos níveis de inflamação e estresse oxidativo no corpo.

“Para que o organismo se mantenha em equilíbrio, se faz necessário estar nutrido, principalmente com vitaminas e nutrientes essenciais encontrados na alimentação natural e saudável”, afirma Paulo Henrique. Ele destaca que a privação ou o excesso alimentar pode intensificar sintomas emocionais. “Temos o consenso de garantir ao menos três refeições diárias, com diversidade de alimentos, balanceando a quantidade de acordo com a indicação calórica individual de cada pessoa. A máxima de ‘descascar mais e desembalar menos’ é o caminho a ser seguido”, complementa.

A nutricionista Aline Maldonado aponta alguns nutrientes essenciais para o bem-estar mental, como o ômega-3, triptofano, Magnésio, vitaminas do complexo B e antioxidantes. Segundo ela, esses elementos estão presentes em alimentos acessíveis no dia a dia. “É aquele básico que funciona, começando pelo tradicional arroz e feijão, alimentos que se complementam e fornecem nutrientes como o triptofano, um precursor da serotonina, vitaminas no complexo B e Magnésio”, explica.

Ela também destaca que “o ômega-3 pode ser encontrado em peixes de água fria, como a sardinha e o atum, além de alimentos como a linhaça e a chia. Abacate e espinafre são também fontes de magnésio, assim como carnes e ovos são fontes de vitaminas do complexo B; enquanto as frutas cítricas, castanhas e sementes complementam a carga de antioxidantes necessária”.

Aline reforça ainda a importância da hidratação e de práticas como a alimentação consciente. “Precisamos ter atenção à hidratação, que afeta o funcionamento cerebral e contribui para a fadiga e a irritabilidade. Da mesma maneira, comer com atenção plena, saboreando os alimentos, ajuda a reconhecer os sinais de fome e saciedade. Para evitar oscilações de humor, é interessante que se estabeleçam horários regulares para as refeições, pois isso ajuda a manter os níveis de glicose estáveis.”

Outro aspecto abordado pelos especialistas é o papel da comida afetiva na saúde mental. Conhecida como comfort food, esse tipo de alimentação carrega vínculos emocionais e memórias afetivas. Para o psicólogo Paulo Henrique, esses alimentos devem estar presentes na rotina, desde que com equilíbrio. “Alimentos doces e ricos em carboidratos trazem lembranças de pessoas e da infância, pois além da sensação imediata de prazer, em virtude do sistema de recompensa cerebral, são carregados de significados da nossa história de vida", explica.

Ele acrescenta que "brigadeiros e coxinhas das festas infantis, bolo de vó, hot dog e pizza que lembram encontros sociais, trazem sentimentos de alegria, afeto, e proporcionam um efeito calmante ao liberar a dopamina. Apesar desse alívio temporário, é importante dosá-los e equilibrá-los com ingredientes mais nutritivos no dia a dia. Comer é um ato de cuidado e conexão”, finaliza.

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