Goiás registra menor precipitação em 30 anos
Isso levou à queda na estimativa de produtividade do milho safrinha
Praticamente não choveu nos últimos 43 dias - Foto: USDA
O estado de Goiás enfrenta uma das piores secas das últimas três décadas. Segundo monitoramento por satélite da EarthDaily Agro, praticamente não choveu nos últimos 43 dias desde o início de março, com o volume acumulado ficando abaixo de 0,5 milímetro, o menor índice dos últimos 30 anos. A seca tem impactado significativamente a agricultura, com uma redução de 80% ou mais na média de chuvas em Goiás e grande parte do país.
Isso levou à queda na estimativa de produtividade do milho safrinha, projetada para 91,6 sacas por hectare, comparado a 101,3 sacas/hectare na safra anterior. Chuvas acima da média foram registradas apenas em partes do Sul e Nordeste, regiões que não influenciam a produção de milho safrinha.
“Verificamos que nos estados do Sul, Mato Grosso do Sul e São Paulo, as temperaturas ficaram acima da média nos últimos 10 dias. No Rio Grande do Sul, o calor ajudou a diminuir a umidade do solo, permitindo a recuperação de áreas alagadas após as fortes chuvas no início de maio”, explica Felippe Reis, analista de culturas da EarthDaily Agro.
A comparação dos dados de 10 de junho de 2023 com 10 de junho de 2024 mostra uma deterioração significativa no Índice de Vegetação (NDVI). Apesar de algumas regiões terem declínios devido ao plantio precoce e colheita adiantada, a produtividade do milho safrinha deve ser menor que no ano anterior. No Mato Grosso, a queda no NDVI não é preocupante, pois o plantio precoce e a baixa precipitação favoreceram a colheita.
Em Mato Grosso do Sul, a umidade do solo no final de maio não foi suficiente para recuperar completamente as lavouras, com a seca retornando em junho. No Paraná, a seca e o calor desde abril resultaram em uma forte queda do NDVI, indicando piora nas lavouras. No Rio Grande do Sul, a seca recente facilitou o plantio de trigo, mas a previsão de alta precipitação nos próximos dias pode dificultar as operações. Os modelos ECMWF e GFS preveem precipitação abaixo da média para a maior parte do país, exceto no Rio Grande do Sul e oeste de Mato Grosso, onde são esperadas altas precipitações. Além disso, temperaturas acima da média diminuem o risco de geadas para o milho safrinha, especialmente no Paraná.
