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RS: produtores de milho adotam estratégias para La Niña

Cultivo de milho enfrenta redução de área


Foto: Agrolink

A nova safra de milho no Rio Grande do Sul para o período 2024/2025 apresenta desafios significativos, segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar divulgado nesta quinta-feira (29). De acordo com o informativo, a projeção de cultivo para a próxima safra é de 748.511 hectares, uma redução de 7,47% em comparação aos 808.916 hectares plantados no ciclo anterior. Essa é a maior retração entre as culturas de verão analisadas no Estado. Apesar da diminuição na área cultivada, espera-se um aumento de 18,35% na produção, devido a um incremento de 26,30% na produtividade.

Segundo os dados da Emater/RS, essa decisão de reduzir a área plantada é influenciada por fatores como as baixas cotações do milho e os riscos climáticos e fitossanitários. Há previsões para a ocorrência do fenômeno La Niña, que pode reduzir o regime de chuvas e causar estiagens no final da primavera e no início do verão, períodos críticos para o desenvolvimento do milho. Além disso, a presença da cigarrinha-do-milho, mesmo no inverno, representa uma preocupação adicional para o manejo das lavouras na próxima safra. Para minimizar esses riscos, alguns produtores têm optado por alternativas como o cultivo de sorgo, que requer menos uso de inseticidas e apresenta menor custo de manejo.

Outro fator que afeta a produção é a dificuldade na contratação de custeios com seguro Proagro, levando muitos produtores a não buscarem financiamento e, consequentemente, a utilizar tecnologias inferiores, o que pode resultar em menor produtividade.

Nas diferentes regiões do Estado, o plantio de milho apresenta variações de acordo com as condições climáticas locais. Na região administrativa de Bagé, por exemplo, o plantio foi limitado devido a chuvas intensas que causaram falhas de estande e atrasos na germinação. Já na região de Caxias do Sul, os preparativos para a safra começaram com a alocação de recursos e aquisição de insumos, mas o início efetivo da semeadura depende do aumento das temperaturas, esperado para setembro.

Veja também: Redução histórica na área plantada de milho no Paraná

Na região de Frederico Westphalen, as boas condições de umidade do solo e as temperaturas elevadas permitiram o início da semeadura, enquanto em Ijuí o plantio avança lentamente devido à baixa temperatura do solo, que não é ideal para a germinação das sementes, e às previsões de novas ondas de frio. Em Santa Rosa, o plantio ocorre de forma antecipada, com aproveitamento das condições climáticas favoráveis, e já alcançou 70% da área prevista em alguns municípios.

Na região de Soledade, as lavouras estão nas fases iniciais de germinação e emergência, com os agricultores preocupados com a presença da cigarrinha-do-milho. Extensionistas da Emater/RS-Ascar estão sendo acionados para oferecer orientações sobre o manejo da praga.

No aspecto de comercialização, o preço médio da saca de milho de 60 quilos no Estado registrou um aumento de 2,05% na última semana, subindo de R$ 58,00 para R$ 59,19, de acordo com o levantamento semanal da Emater/RS-Ascar.

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