Preços do café caem com temor de recessão global
A conjuntura externa adversa somou-se à valorização do dólar

Segundo dados da StoneX, os preços do café encerraram a semana em queda significativa, pressionados por fatores macroeconômicos e sazonais. O anúncio de novas tarifas pelos Estados Unidos e o avanço da colheita brasileira influenciaram negativamente as cotações. O sentimento de aversão ao risco ganhou força após o presidente americano Donald Trump estabelecer tarifas sobre produtos de diversos países — incluindo uma taxa de 10% sobre as exportações do Brasil e da Colômbia, 32% para a Indonésia e 46% para o Vietnã. A medida elevou os temores de uma recessão econômica global, desencadeando uma liquidação generalizada nas bolsas.
Esse cenário contribuiu para a queda nos mercados futuros. Em Nova York, o contrato mais ativo recuou 3,8%, encerrando a semana cotado a US¢ 365,70 por libra-peso. Em Londres, o movimento foi semelhante, com baixa de 4,2%, fechando em USD 5.112 por tonelada. A expectativa de maior oferta com a chegada da colheita brasileira também atuou como fator de pressão baixista, adicionando ainda mais volatilidade ao mercado.
A conjuntura externa adversa somou-se à valorização do dólar, que encerrou a semana com alta de 1,4%, cotado a R$ 5,84. Esse movimento cambial pode gerar efeitos mistos para os produtores brasileiros, ao mesmo tempo em que melhora a rentabilidade das exportações, também eleva o custo de insumos importados.
O mercado segue atento às próximas movimentações da política internacional e à evolução do ritmo de colheita no Brasil, que pode determinar o comportamento dos preços nas próximas semanas. A volatilidade deve continuar enquanto persistirem as incertezas sobre o comércio global e o desempenho das principais economias.