Mesmo com queda nas exportações, China sustenta demanda por soja brasileira
Desempenho negativo está relacionado à redução da produção nacional

Em 2024, as exportações da cadeia produtiva da soja e do biodiesel somaram 124,10 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 2,54% em relação ao volume embarcado em 2023. Ainda mais significativa foi a retração na receita: o valor exportado caiu 19,69%, totalizando US$ 54,25 bilhões, conforme levantamento do Cepea em parceria com a Abiove.
Segundo os pesquisadores, o desempenho negativo está relacionado à redução da produção nacional, impactada por fatores climáticos, e à queda nos preços internacionais da soja, que recuaram 17,6% diante da grande oferta global da oleaginosa.
A China manteve a liderança como principal parceira comercial da cadeia brasileira da soja, absorvendo 59% do volume total exportado, apesar de uma leve redução de 2,56% frente ao ano anterior. O país asiático se destacou nas compras de soja em grão (73,4%) e glicerol (78,7%).
No caso do óleo de soja, quase 80% das exportações foram destinadas a "outros países", com destaque para a Índia. Já o farelo de soja teve como principais destinos a União Europeia (42,9%) e o Sudeste Asiático (32,4%), seguidos pelo Oriente Médio (12,4%) e pelo Leste Asiático (7,9%).
Em contrapartida, as importações da cadeia da soja deram um salto expressivo de 338,09% em volume. O aumento foi impulsionado pela escassez de soja comercializável no mercado interno, obrigando o país a recorrer a fornecedores externos para atender à demanda.