Queda no preço do arroz preocupa produtores
Clima atrasa colheita do arroz no estado

A colheita do arroz tem enfrentado dificuldades causadas pelas chuvas recorrentes no Rio Grande do Sul. Segundo o Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (10) pela Emater/RS-Ascar, a colheita foi interrompida em dois momentos distintos ao longo do período e só foi retomada em grande parte do Estado a partir de 4 de abril.
Produtores que cultivam outras culturas, como soja e milho, optaram por priorizar o arroz devido ao risco de deterioração da qualidade dos grãos. Esse prejuízo é resultado dos ciclos sucessivos de umedecimento e secagem provocados pelas chuvas intermitentes. Também há preocupação com o acamamento das plantas diante da possibilidade de ventos fortes e precipitações mais intensas, o que pode dificultar a colheita mecanizada, aumentar perdas e comprometer o rendimento industrial.
Atualmente, 68% da área cultivada já foi colhida. A produtividade média registrada é de 8.376 quilos por hectare. Nas áreas ainda em pé, que representam 32% do total, os produtores têm intensificado os trabalhos de drenagem para facilitar a entrada de máquinas, melhorar o escoamento dos grãos e preparar o solo para o manejo da resteva. A Emater/RS-Ascar aponta que a maioria dessas lavouras encontra-se em maturação fisiológica e que o avanço da colheita depende da manutenção de condições climáticas adequadas nas próximas semanas.
Na comercialização, o cenário é de apreensão. Os produtores estão preocupados com a queda dos preços em diversos municípios e com a manutenção de patamares considerados baixos nos demais, o que compromete a rentabilidade da atividade. Conforme o levantamento semanal da Emater/RS-Ascar, o preço médio da saca de 50 quilos caiu 2,81% em relação à semana anterior, passando de R$ 78,73 para R$ 76,52.