Safra de arroz tem bons rendimentos, mas qualidade oscila
Comércio internacional de arroz registrou forte queda em 2024

No Rio Grande do Sul, a colheita do arroz segue avançando com bons índices de produtividade em algumas regiões, enquanto outras enfrentam desafios. Segundo o boletim conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado nesta quinta-feira (06), orizicultores de Uruguaiana, na Fronteira Oeste, estão satisfeitos com a qualidade do grão. Em São Borja, os rendimentos são considerados adequados, mas há preocupação com a proporção de grãos inteiros, que está abaixo de 55%.
Na região administrativa de Pelotas, as atividades de colheita começaram nos municípios de Turuçu do Sul, Arroio Grande e São Lourenço do Sul. Cerca de 55% das lavouras estão na fase de enchimento de grãos atualmente, 8% em floração e 36% em maturação. Apenas 1% da área implantada já foi colhida.
As chuvas de fevereiro foram importantes para garantir a irrigação e recuperar os níveis dos reservatórios, o que impulsionou a colheita, que já superou 10% da área cultivada em Santa Maria. Cachoeira do Sul, maior produtora do cereal no estado, já colheu 12% dos 23.640 hectares plantados, com produtividade estimada em 7 mil kg/ha. Jaguari, por sua vez, colheu 30% da safra, superando expectativas iniciais e atingindo 9 mil kg/ha.
No entanto, em municípios como Cacequi e Restinga Sêca, a produtividade está abaixo do esperado. Na região de Soledade, a colheita ainda está no início, com 40% das lavouras em fase de enchimento de grãos, 8% em maturação e 2% já colhidos.
O comércio internacional de arroz registrou forte queda em 2024. Segundo a edição de fevereiro do Boletim Agropecuário da Epagri, as exportações entre janeiro e dezembro somaram US$ 3,837 milhões, uma redução de 61% em relação ao ano anterior. Os principais destinos do cereal catarinense foram Trinidad e Tobago (38,9%), Senegal (24%) e Gâmbia (13,5%).
A valorização do dólar e problemas na safra dos Estados Unidos favoreceram a participação do Brasil no mercado externo em 2023. No entanto, em 2024, a menor oferta interna, devido a problemas climáticos no Sul do país, elevou as importações, que cresceram 19,56% no período. Os principais fornecedores foram Uruguai (55,36%), Paraguai (10,55%) e Tailândia (10,27%).
Em janeiro de 2025, tanto exportações quanto importações apresentaram queda. Santa Catarina exportou apenas US$ 44,3 mil, um recuo de 77% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Já as importações somaram US$ 932,66 mil, 79% abaixo do registrado no mesmo período de 2024. A Itália foi o principal fornecedor, com destaque para o arroz arbóreo, conforme dados da Epagri.