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Preços da soja sob pressão: dólar, impostos e safra norte-americana

O mercado da soja apresentou um comportamento volátil na última semana


Foto: United Soybean Board

O mercado da soja apresentou um comportamento volátil na última semana, refletindo os diversos fatores que influenciam a cadeia produtiva global. Nos Estados Unidos, a conclusão do plantio sob condições climáticas favoráveis tem sido um ponto positivo, especialmente com o cenário chuvoso que beneficiou o desenvolvimento das lavouras.

Já no Brasil, medidas econômicas e a oscilação do dólar trouxeram incertezas e impactos diretos no mercado físico e nos contratos futuros. As informações fornecidas pela Grão Direto destacam que o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou a manutenção das projeções de produção de soja americana e argentina, mas apontou uma redução para a safra brasileira. Esse resultado, embora neutro no geral, causou volatilidade nos preços. Além disso, as medidas econômicas no Brasil geraram um aumento considerável do dólar na última semana, que fechou a R$5,38, influenciando positivamente os preços da soja no mercado físico brasileiro. Em Chicago, o contrato de soja para julho de 2024 encerrou a U$11,78 o bushel, uma leve alta de 0,08%, enquanto o contrato com vencimento em março de 2025 recuou 0,85%, fechando a U$11,62 o bushel.

Para os próximos dias, o mercado continua atento às mudanças econômicas no Brasil. A recente decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, de retirar da Medida Provisória as alterações na dinâmica dos impostos PIS e Cofins, após pressão da bancada rural e da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), trouxe alívio. Durante a semana de discussões sobre a MP, a competitividade internacional do grão brasileiro foi prejudicada, resultando na compra de 218 mil toneladas de soja americana pela China.

As condições da safra norte-americana de soja também são um fator decisivo. Registrando as melhores condições dos últimos 18 anos, o clima favorável tem pressionado os preços futuros em Chicago, reduzindo a comercialização da nova safra brasileira. Além disso, o mercado de derivados de soja, como o farelo, está observando uma competitividade crescente da produção argentina, que se prepara para um recorde. Esse aumento na produção argentina pode fazer com que o farelo produzido no país se torne mais competitivo em comparação ao brasileiro.

Com base nas informações e no otimismo atual do mercado, é esperado que os preços da soja apresentem uma tendência de baixa na próxima semana, refletindo os diversos fatores que afetam tanto a produção quanto a comercialização global do grão.

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