Exportação de soja é impulsionada por guerra EUA-China
Colheita da soja avança no país

A colheita da safra de soja no Brasil chegou a 90% da área plantada no início desta semana e deve ser finalizada nos próximos dias. É o que aponta a análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), referente ao período de 11 a 17 de abril, divulgada na última quinta-feira (17).
Segundo dados da análise, no Rio Grande do Sul, o avanço da colheita atinge 50% da área, mas com perdas significativas. “A quebra gaúcha, em relação ao esperado, gira ao redor de 50%, atingindo em muitas regiões, como o Noroeste, quase 70%”, informou a Emater, citada no boletim.
Apesar das perdas regionais, a produção nacional de soja foi revisada para cima pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e deve alcançar 169,6 milhões de toneladas em 2025, um aumento de 10% em comparação à safra anterior. As exportações previstas também crescem na mesma proporção e devem atingir 108,5 milhões de toneladas ao longo do ano.
O ritmo dos embarques segue elevado. De janeiro a abril, o Brasil deverá exportar 41 milhões de toneladas de soja, volume que corresponde a quase metade das 97,3 milhões de toneladas enviadas ao exterior em todo o ano de 2024. Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), a continuidade desse desempenho pode levar o país a alcançar 110 milhões de toneladas exportadas até o fim do ano.
“A guerra comercial entre EUA e China está auxiliando nesta performance nacional”, destaca a análise do Ceema. A demanda chinesa segue firme, o que tem sustentado os preços, mesmo com uma safra recorde em volume.
No mercado interno, o preço da saca de soja no Rio Grande do Sul fechou a semana com média de R$ 128,31 no balcão. Nas principais praças gaúchas, os valores giraram em torno de R$ 126,00. Em outras regiões do país, os preços variaram entre R$ 107,00 e R$ 124,50 por saca.