A aliança que transforma inovação em comida
Papel do cooperativismo na produção mundial de alimentos

Por Flávia Macedo
Uma aliança forte e concreta pode mudar o rumo de qualquer negócio. É com esse propósito que, há 26 anos, a Syngenta reúne líderes de cooperativas para uma reunião de alinhamento de expectativas e entregas. O encontro foi realizado na capital paulista e nesta edição recebeu o título de “O jeito Syngenta de ser”. Os desafios e o papel do Brasil na produção de alimentos e como as cooperativas contribuem nesse cenário, foram tema de debate.
“As cooperativas têm um papel fundamental para desenvolver a família no campo e deixar o agro mais sustentável, desenvolvendo técnicas para que a gente consiga ter um alimento bem produzido e sustentável", ressaltou André Sabino, presidente do negócio de Proteção de Cultivos da Syngenta Brasil.
De acordo com o executivo, nessas mais de duas décadas e meia o objetivo principal sempre foi o relacionamento - empresa x cliente. “É importante nós entendermos como trazer pessoas que têm a mesma linha de pensamento, que têm a mesma missão, mas que tenham, principalmente, a mesma paixão pelos clientes. É um desejo de querer estar próximo, querer fazer diferente e deixar um legado. Esse é o jeito Syngenta de ser e é exatamente isso que estamos cultivando aqui com os nossos parceiros e cooperativas", afirmou.
O programa Aliança da Syngenta alcança atualmente 65 cooperativas e já soma mais de um milhão de produtores atendidos. Para o CEO da Natercoop, Marcelino Bellardt, os investimentos feitos em tecnologia e inovação pelas empresas do agronegócio, refletem diretamente no desempenho do campo.
“Com toda essa inovação que a Syngenta traz, a gente consegue levar resultados até o produtor rural. Ele percebe isso na melhora da produtividade e na qualidade da produção, então, é possível agregar valor da produção dele".
Permanece no negócio quem enxerga mais longe
As oportunidades do momento geopolítico e macroeconômico mundial e os impactos para o agro brasileiro foram temas no primeiro painel com o economista, Marcos Troyjo. Na sequência, uma roda de conversa trouxe os desafios do cooperativismo para dar suporte aos produtores rurais cooperados.
Para além das cooperativas, outro questionamento foi como as empresas privadas contribuem para o desenvolvimento no campo. O economista do banco Itaú, Andre Matcin, destacou que o crédito rural pode ficar apertado com as mudanças repentinas de taxação, entre Estados Unidos e China, e a oscilação do dólar. Porém, para o sócio-fundador da Markestrat, Luciano Thomé, o momento presente pode ser uma oportunidade no futuro para aqueles produtores que enxergarem o negócio a longo prazo.
Ano Internacional do Cooperativismo
A Organização das Nações Unidas (ONU) elegeu 2025 como o ano dedicado ao cooperativismo, com o tema “Cooperativas Constroem um Mundo Melhor”. No Brasil, o agro é o setor que mais tem cooperativas, somando 1.179 unidades.
Para Fernando Degobbi, CEO da Coopercitrus, as cooperativas conseguem atender produtores que muitas vezes, no interior do Brasil, não teriam acesso a muitas tecnologias disponíveis no mercado.
“Nas regiões em que as cooperativas estão inseridas tem mais prosperidade, existe uma comunidade mais próspera, principalmente, para os produtores de pequena e média escala. As cooperativas estão lá para dar apoio para que consigam se manter na atividade.
O diretor de suprimentos e assistência técnica da Coamo, Aquiles Dias, acredita que a base de uma cooperativa é a colaboração mútua em prol do interesse em comum. O contato direto e próximo ao cooperado permite o desenvolvimento de todos. “Nós buscamos estar próximos dos nossos cooperados, é Importante a gente ter presença. Atendemos uma região grande, mas nós temos também uma equipe grande de profissionais que estão lá no dia a dia atendendo os nossos cooperados.
Portfólio em expansão com crescimento de 22% até 2030
Durante o evento, os times de marketing e comercial da marca apresentaram uma linha do tempo indicando o avanço das soluções para a agricultura. A empresa aposta na diversificação para conquistar novos patamares. Em 2020 o registro era de 97 linhas de produtos, o que saltou para 164 em 2024. A projeção é compor um portfólio com 200 grupos de insumos até 2030.
“Nosso DNA é de inovação, adoramos um desafio. Então, muitas vezes, quando nós trazemos um desses desafios [no lançamento de tecnologias], o mercado não entende porque tudo aquilo pode ser muito novo, mas quando passa o tempo, percebe-se que faz muito sentido e agrega valor para a agricultura", destaca André Pozza, diretor de Marketing da Syngenta Brasil