Calor mata poedeiras e impacta ovos
Sob altas temperaturas as aves comem menos e bebem mais água diminuindo a produção
Uma forte onda de calor que esta sobre o centro do país já impacta no agronegócio. No interior de São Paulo as temperaturas ultrapassaram os 41ºC e que sofreu foram as galinhas poedeiras. Em Bastos, maior produtor de ovos do Brasil, estima-se que desde o começo do ano cerca de 500 mil aves já morreram vítimas das altas temperaturas.
Somente nesta semana duas granjas somaram a perda de 35 mil aves. O avicultor e veterinário Sérgio Kakimoto explicou que a temperatura ideal para as aves é de 28ºC. Como ultrapassou os 40ºC muitas não aguentaram.
De acordo com especialistas sob altas temperaturas as aves comem menos e bebem mais água o que faz diminuir a produção e tamanho dos ovos. Bastos concentra 36% da produção estadual com cerca de 5 bilhões de unidades por ano. Com as perdas os preços dos ovos devem subir. Os efeitos devem ser sentidos a partir do dia 20. Os preços podem subir até 70% se o calor se mantiver.
Segundo a pesquisadora do Cepea, Juliana Ferraz, as granjas da região têm registrado quedas de 10% a 20% na produção, com impacto sobre as cotações que balizam o mercado nacional .“Com a menor oferta de ovos no mercado, em especial os maiores, o preço tem se elevado. A mortandade de poedeiras vermelhas tem sido maior, porque são galinhas mais sensíveis, isso pode elevar com maior intensidade os preços dos ovos vermelhos nos próximos dias e até impactar na produção e oferta futura”, explica.
Para tentar amenizar o calor e, consequentemente, o prejuízo, os avicultores estão jogando água com um produto à base de eucalipto nas galinhas. Porém, segundo Kakimoto, é preciso ter cuidado com o vapor que esse sistema pode gerar. "A combinação do forte calor e da baixa umidade relativa do ar, que chegou a 9% em alguns dias, tem sido fatal para as galinhas. E a ventilação nem sempre funciona porque o ar quente pode sufocar as aves", comenta.
O último episódio com morte de tantas galinhas aconteceu em 2012. Na época, as aves morreram em um único dia de muito calor, dessa vez o problema se arrasta há pelo menos uma semana, desde o início da onda de calor na região. Foram 500 mil aves que morreram em um dia de 43ºC.
* com informações de Avicultura Industrial