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Tecnologia reduz tempo de extração de óleo de andiroba

Prensa artesanal facilita extração do óleo de andiroba


Foto: Divulgação/Vinicius Braga

O tradicional processo de extração do óleo de andiroba, que geralmente leva semanas, pode agora ser realizado em apenas alguns minutos graças a uma nova prensa artesanal desenvolvida pela Embrapa Amapá e aprimorada pela startup Inova Manejo. Este equipamento inovador não necessita de eletricidade e requer pouco esforço físico para operar. A novidade foi apresentada em junho durante um curso sobre boas práticas para a extração de óleo de andiroba, realizado no Projeto Agroextrativista Praialta-Piranheira, em Nova Ipixuna, Pará.

Além da prensa, o curso destacou a importância de um conjunto de boas práticas para garantir a qualidade do óleo. As sementes devem passar por um processo de secagem para reduzir a umidade antes de serem prensadas, pois o excesso de água pode levar à degradação e proliferação de microrganismos. Para isso, é recomendado o uso de um secador solar artesanal. "Monitorando as sementes com uma balança portátil, é possível determinar o momento em que o teor de umidade está adequado, pois elas se tornam mais leves", explicou Marcelino Guedes, pesquisador da Embrapa Amapá.

A prensa artesanal não só acelera o processo de extração, mas também melhora a qualidade do óleo. "Como as sementes não passam pelo processo de cozimento, que eleva a temperatura, o índice de acidez do óleo é reduzido, atendendo aos parâmetros da Anvisa", afirmou Guedes. Além disso, ao ser prensado, o óleo só entra em contato com o aço inox da prensa e da bandeja, o que contribui para a pureza do produto.

O equipamento custa em torno de 4 mil reais, mas este valor pode ser reduzido se a madeira para sua estrutura for coletada na própria comunidade. Originalmente projetada para a extração de óleo de pracaxi, a prensa tem se mostrado eficaz também no processamento de sementes de andiroba.

A andirobeira, uma árvore nativa da Amazônia, produz frutos em formato de ouriço que liberam de sete a nove sementes cada. No método tradicional, as sementes são cozidas, repousam por semanas e são então abertas. A massa oleosa é amassada em forma de bola e colocada em um plano inclinado, conhecido como "bica", onde o óleo escorre lentamente até um recipiente. Com a prensa artesanal, as sementes não são cozidas. Após serem limpas, secas e trituradas, a massa é colocada na prensa e o óleo é extraído em poucos minutos.

Apesar da eficiência da prensa artesanal, Guedes enfatizou que o método tradicional não deve ser abandonado. A apresentação da prensa artesanal em Nova Ipixuna foi parte do projeto Sociobioeconomia da Andiroba, uma iniciativa da Embrapa Amazônia Oriental com financiamento da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas. O projeto visa melhorar os processos de manejo, coleta de sementes e práticas silviculturais da andiroba no PAEX Praialta-Piranheira. Além de promover boas práticas no processamento do óleo de andiroba, o projeto busca garantir a sustentabilidade da espécie. As andirobeiras do assentamento estão sendo inventariadas e monitoradas quanto à sua produção. As informações foram divulgadas pela Embrapa.

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