Mercados de grãos caem com tarifas dos EUA
No mercado do trigo, o contrato de março na CBOT caiu $5,75, para $553,75
Os mercados de grãos estão registrando quedas acentuadas devido à implementação de tarifas comerciais pelos Estados Unidos, segundo a TF Agroeconômica. No caso da soja, o contrato de março na CBOT caiu para $1.035,50, uma queda de $6,50, com a pressão adicional de tarifas de 25% sobre importações do México e Canadá e de 10% sobre as importações da China. Apesar disso, o óleo de soja apresenta alta devido à expectativa de aumento na demanda interna, impulsionada pela restrição à entrada de óleo de canola do Canadá.
“As quedas não são maiores graças ao apoio do óleo de soja, que opera com altas significativas devido à possibilidade de que a medida ordenada por Trump impeça a entrada de óleo de canola do Canadá e que isso possibilite um aumento da demanda interna pelo subproduto da soja. A continuação da onda de calor em grandes áreas agrícolas da Argentina e os atrasos na colheita no Brasil também estão limitando a queda dos preços das oleaginosas”, comenta.
O milho também sofreu uma redução nos preços, com o contrato de março na CBOT caindo $7,25, sendo cotado a $474,75. O impacto das tarifas sobre os grandes importadores de milho, como México e China, contribui para o pessimismo. Contudo, as condições climáticas adversas na Argentina e o atraso na safra brasileira de milho limitam a queda. O preço do milho na B3 fechou em R$75,56, com uma leve desvalorização de 0,68%.
“A chance de que os governos das nações afetadas pela decisão da Casa Branca ajam em reciprocidade afeta os preços do milho. Assim como no caso da soja, as quedas são limitadas pelas más condições ambientais das lavouras na Argentina, devido ao clima quente e seco, e pelo atraso no plantio da safrinha no Brasil”, completa.
No mercado do trigo, o contrato de março na CBOT caiu $5,75, para $553,75, refletindo o efeito das tarifas e uma valorização do dólar frente ao euro, o que prejudica as exportações dos EUA. No Brasil, os preços do trigo também enfrentam quedas, com o trigo no Paraná cotado a R$1.426,20 e no Rio Grande do Sul a R$1.308,68, ambos apresentando pequenas variações diárias, mas com altas no mês.
“E, além da possibilidade de retaliação às exportações norte-americanas, como previsto pelos traders, hoje há uma forte alta do Índice Dólar e uma valorização significativa do dólar frente ao euro, fatos todos contrários aos interesses dos exportadores dos EUA”, conclui.