Fertilizantes em alta: preços sobem e elevam custos para produtores
A demanda internacional também tem impactado o mercado
O mercado de fertilizantes iniciou 2025 em forte movimento de alta, pressionando os custos dos produtores rurais brasileiros. Segundo o relatório mais recente do Itaú BBA, a Ureia foi um dos produtos que mais subiu em janeiro, registrando alta de 14,5%, chegando a US$ 417 por tonelada nos portos brasileiros. A valorização reflete a menor oferta global do produto, especialmente devido à redução da produção iraniana e ao aumento do custo do gás natural.
A demanda internacional também tem impactado o mercado. O leilão de compra de fertilizantes realizado pela Índia no fim de janeiro trouxe preços acima dos US$ 420 por tonelada, intensificando a pressão sobre os valores praticados mundialmente. Além disso, os Estados Unidos e a Europa entraram na fase de reposição de estoques, o que deve manter a tendência de alta dos nitrogenados nos próximos meses.
No segmento de potássicos, o preço do KCl (Cloreto de potássio) subiu 3,4% no mês, alcançando US$ 305 por tonelada, refletindo um maior equilíbrio entre oferta e demanda após meses de excesso no mercado europeu. Já os fosfatados, como o map (fosfato monoamônico), seguem estáveis em US$ 635 por tonelada, mas a oferta restrita tem levado produtores a buscarem alternativas mais baratas.
Outro fator relevante para a dinâmica do mercado de fertilizantes é a valorização do milho nos EUA. Com preços mais elevados do cereal, há uma expectativa de que os agricultores norte-americanos ampliem a área plantada, o que pode resultar em um aumento no consumo de nitrogenados e reforçar a pressão sobre os preços internacionais.
No Brasil, a relação de troca entre fertilizantes e grãos tem se mantido próxima às médias históricas, mas a recente queda da soja no mercado internacional prejudicou a competitividade da cultura em relação ao MAP. Para o milho, os indicadores de troca seguem elevados, acima da média dos últimos cinco anos, segundo o Itaú BBA.
A taxa de câmbio também influenciou o cenário, com o real se valorizando 6% em janeiro, fechando o mês a R$ 5,8 por dólar. Apesar do câmbio mais favorável, o custo dos insumos continua pressionado, exigindo um planejamento cuidadoso por parte dos produtores para garantir a viabilidade da safra.