Clima impacta soja e milho na Argentina
A colheita do milho ganhou ritmo nas últimas semanas

A Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) revisou suas projeções para a safra de grãos na Argentina, destacando impactos climáticos contrastantes. No caso da soja, o calor intenso e a falta de chuvas prolongada afetaram severamente as lavouras no NEA, além de causar danos menores no NOA e no centro-norte de Córdoba. A redução no potencial produtivo chega a 22%. No entanto, chuvas entre fevereiro e março beneficiaram lavouras na região central, evitando quedas mais acentuadas. Assim, a projeção total de produção foi reduzida em 1 milhão de toneladas, para 48,6 milhões de toneladas (MTn).
A colheita do milho ganhou ritmo nas últimas semanas, com 13,6% da área nacional já colhida e rendimento médio de 82,7 sacas por hectare. A seca intensa no norte da área agrícola provocou uma queda de 40% na produtividade esperada, enquanto no centro e norte de Córdoba, norte de Santa Fé e sul da região agrícola, as perdas variaram entre 6% e 15%. Apesar disso, o ajuste na área plantada da safra anterior elevou a produção para 51,6 MTn, e a projeção para a safra atual foi mantida em 49 MTn.
No caso do girassol, a colheita acelerou no sul da região agrícola após a melhora nas condições climáticas, permitindo avanço semanal de 17,7 pontos percentuais. No entanto, a safra segue atrasada em relação ao ciclo anterior. Mesmo com problemas de tombamento e brotamento causados por chuvas recentes, os rendimentos permanecem altos, com média nacional de 23,8 sacas por hectare. Com isso, a projeção de produção foi ajustada para cima, de 4,1 para 4,3 MTn, com possíveis novas revisões nas próximas semanas.