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Preços do trigo recuam em Chicago

Análise da CEEMA destaca o cenário especulativo e os movimentos do mercado global


Foto: Canva

Os preços do trigo registraram um novo recuo na bolsa de Chicago no primeiro mês cotado, refletindo um momento especulativo que marcou as duas semanas anteriores. No dia 10 de junho, o valor do bushel caiu para US$ 6,07, mas recuperou ligeiramente para US$ 6,20 em 13 de junho, conforme análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA).

O relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado em 12 de junho, apresentou um panorama mais favorável para a produção russa. A Rússia, mesmo enfrentando uma quebra de safra, anunciou que honrará seus compromissos de exportação do cereal, o que contribuiu para a queda das cotações em Chicago.

Dados do relatório do USDA

Segundo o USDA, a safra total de trigo dos Estados Unidos para o ano comercial de 2024/25 está estimada em 51,02 milhões de toneladas, um aumento de quase 500.000 toneladas em relação ao mês anterior. Os estoques finais nos EUA permanecem praticamente inalterados, em 20,6 milhões de toneladas. No cenário global, a produção mundial de trigo foi revisada para 790,8 milhões de toneladas, uma queda de aproximadamente 8 milhões em comparação com as projeções de maio. Os estoques finais globais também foram reduzidos, caindo para 252,3 milhões de toneladas.

A produção brasileira e argentina para a nova safra de trigo está estimada em 9,5 e 17,5 milhões de toneladas, respectivamente. O preço médio do bushel de trigo para os produtores estadunidenses está projetado em US$ 6,50, contra US$ 6,00 em maio.

Impacto da produção russa

A produção russa foi reduzida para 83 milhões de toneladas, superando ligeiramente as previsões dos analistas russos, mas ainda abaixo das 88 milhões estimadas em maio e das 91,5 milhões colhidas no ano anterior. As exportações russas estão projetadas em 48 milhões de toneladas, uma redução em relação aos 52 milhões previstos em maio e aos 54 milhões exportados no ano anterior.

Situação das lavouras nos EUA

A colheita de trigo de inverno nos EUA atingiu 12% da área plantada até 9 de junho, em comparação com a média histórica de 6%. As condições das lavouras de trigo de inverno são mistas: 47% estão entre boas e excelentes, 34% regulares e 19% ruins ou muito ruins. O trigo de primavera, por sua vez, foi semeado em 98% da área planejada, com 87% já germinado. As condições dessas lavouras são mais favoráveis, com 72% classificadas como boas ou excelentes, 25% regulares e apenas 3% ruins.

Exportações e impactos climáticos

Os embarques de trigo dos EUA na semana encerrada em 6 de junho totalizaram 352.202 toneladas, dentro das expectativas do mercado. No acumulado do ano comercial, iniciado em 1º de junho, o volume exportado está 7% abaixo do mesmo período do ano anterior.

Apesar das geadas em maio, que levaram a Rússia a declarar estado de emergência em 10 regiões produtoras de trigo, as exportações do país não serão prejudicadas. O vice-ministro russo da Agricultura, Andrei Razin, afirmou que Moscou cumprirá todos os compromissos de exportação, minimizando os impactos dos problemas climáticos na produção.

Previsões para a safra russa

A consultoria russa IKAR reduziu sua previsão de safra para 81,5 milhões de toneladas, uma queda de 12% desde março, contra as 93 milhões colhidas no ano passado. A estatal Sovecon ajustou sua previsão para 80,7 milhões de toneladas, com risco de a produção final ficar abaixo das 80 milhões de toneladas.

Exportações russas para o Brasil

A Rússia iniciou os embarques de trigo para o Brasil, partindo do porto do Mar Báltico na semana passada. As primeiras 31.000 toneladas saíram do porto de Vysotsky, próximo à fronteira com a Finlândia. A capacidade do terminal é de 4 milhões de toneladas por ano. Para a temporada 2023/24, a Rússia estima exportar 70 milhões de toneladas de grãos. Em 2023, o Brasil comprou 929.000 toneladas de trigo russo.

Produção na União Europeia e Grã-Bretanha
Na União Europeia e na Grã-Bretanha, o volume de trigo macio a ser colhido foi elevado para 134,5 milhões de toneladas, ainda 4% abaixo do registrado em 2023.

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