Câmbio sustenta preços da soja no Brasil, apesar de incertezas globais
Olhares voltados à política global e ao dólar
Segundo a análise semanal da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), o mercado da soja brasileira encerrou a semana com os preços sustentados pela oscilação cambial, que variou entre R$ 5,75 e R$ 5,85. A média gaúcha atingiu R$ 129,41 por saca, enquanto as principais praças do estado registraram valores entre R$ 126,00 e R$ 129,00 por saca. Nas demais regiões do país, os preços oscilaram entre R$ 121,00 e R$ 143,00 por saca.
O plantio da safra 2024/25 de soja alcançou 68,4% da área esperada no Brasil, levemente abaixo da média histórica de 70% para o período, de acordo com a Pátria Agronegócio. No Mato Grosso, principal estado produtor, o índice atingiu 93,7%, superando a média de 91,7% do período, de acordo com o Imea. Segundo a Emater/RS, no Rio Grande do Sul, o plantio atingiu 23% da área prevista até 7 de novembro, contra 24% da média. Já no Paraná, o avanço foi de 92% até 11 de novembro, conforme a análise do Ceema.
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As vendas antecipadas da safra 2024/25 somaram 28,2% do volume projetado, acima dos 24,2% registrados no mesmo período do ano anterior, mas abaixo da média histórica de 33%. No Mato Grosso, as negociações avançaram para 38,4% da safra esperada, enquanto a safra 2023/24 já alcançou 98,5% de comercialização.
Segundo o Ceema, em novembro, as exportações brasileiras de soja devem somar 2,8 milhões de toneladas, enquanto o farelo de soja deve alcançar 1,9 milhão de toneladas, segundo dados da Anec. Na Argentina, o farelo de soja é comercializado em grande volume, com o preço em Chicago atingindo US$ 291,60 por tonelada curta em 13 de novembro, o valor mais baixo desde agosto de 2020.
O cenário global traz incertezas, principalmente devido às expectativas sobre as políticas do novo governo Trump em relação à China e aos biocombustíveis. Além disso, a entrada da safra norte-americana e a perspectiva de uma safra sul-americana recorde adicionam pressão ao mercado. As esmagadoras chinesas estão hesitantes em comprar soja para embarques a partir de janeiro nos EUA, aguardando definições políticas e econômicas, como o comportamento do dólar e a inflação nos Estados Unidos.