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China reduz compras de soja: quais são as consequências?

China reduziu em 40% suas importações



Foto: United Soybean Board

O mercado da soja atravessou uma semana de forte oscilação, influenciado por fatores externos como o avanço lento do plantio nos Estados Unidos, a desvalorização do dólar e o aumento nas exportações brasileiras. Apesar do bom desempenho logístico, as cotações no mercado físico recuaram, refletindo a leve queda no contrato de maio na Bolsa de Chicago, que fechou em US$10,36 por bushel (-0,77%).

Segundo análise da plataforma Grão Direto, o destaque da semana foi a exportação de 14,5 milhões de toneladas de soja brasileira em abril, superando em 1,2 milhão de toneladas a projeção anterior. O desempenho positivo é impulsionado pela demanda global, mesmo diante de um cenário desafiador, marcado pela guerra tarifária entre China e Estados Unidos. Em março, a China reduziu em 40% suas importações, aplicando tarifas de 125% sobre a soja norte-americana — o que pode abrir espaço para um avanço ainda maior do Brasil no mercado asiático?.

Além disso, o mercado observa com atenção os efeitos da unificação cambial na Argentina, que encerrou o regime do “dólar blend”. A medida traz mais previsibilidade ao comércio e pode tornar o país vizinho mais competitivo nas exportações de soja e farelo, pressionando os prêmios brasileiros. A Argentina, maior exportadora de farelo do mundo, deve ganhar espaço justamente quando o Brasil colhe os frutos de uma safra robusta e bons números de exportação?

O câmbio também tem desempenhado papel importante. O dólar comercial encerrou a semana cotado a R$5,81, queda de 1,02%, influenciado por expectativas positivas em torno do ajuste fiscal brasileiro. A tendência é de estabilidade para os próximos dias, com o viés de manutenção do patamar atual, salvo novidades significativas no cenário político e econômico.

Para os próximos dias, o mercado de soja deve seguir atento à volatilidade, especialmente com possíveis correções técnicas nas cotações de Chicago e novos desdobramentos da disputa comercial entre China e EUA. A orientação dos analistas é que produtores e agentes do setor acompanhem de perto o câmbio, os prêmios de exportação e as decisões estratégicas da Argentina para não perderem competitividade.

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