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O touro mais pesado da Expointer: como chegou a esse título

Bovino deve quebrar seu próprio recorde de "O touro mais pesado da Expointer"


Foto: Divulgação

Hoje começamos uma série de quatro reportagens sobre preparação dos animais para a Expointer. A primeira é sobre bovinos de corte Limousin, da Fazenda Boa Esperança, de Cachoeira do Sul, de propriedade de Edgar Lima, conhecido como Cacaio. Amanhã abordaremos os ovinos.

Hudson da Boa Esperança é um bovino de corte da raça Limousin, cor vermelha. É filho do touro francês chamado Duvalier com uma vaca que já foi grande campeã Limousin da Expointer, a 3M Xuza. Tem cinco anos e, em 2023, pesava 1.410 quilos. Foi o touro mais pesado da Expointer. Marca que deve ser superada este ano. “Penso que ele deve chegar a pesar 1.450 quilos. Mas só vamos saber quando começar a feira, porque ele não consegue entrar na balança da propriedade”, comenta o pecuarista Edgar Lima, o Cacaio, proprietário da Fazenda Boa Esperança, de Cachoeira do Sul.

Além de Hudson, que é o animal mais velho, Lima vai levar para a 47ª Expointer mais 10 bovinos Limousin, pretos e vermelhos, cinco machos e cinco fêmeas, todos de sobrenome da Boa Esperança: Mané (2 anos), Lico (3 anos), Kauê e Kalunga (4 anos), Jocão (5 anos). “As meninas são: Laurete (3 anos), que vai chegar com cria ao pé (deve ganhar o terneiro antes da Expointer), Matilde e Malu (2 anos), Nadine (13 meses) e Pérola (7 meses). Todos estão muito lindos”, fala com orgulho.

Conforme Lima, esta será a última participação da Fazenda na Expointer. “Hoje somos reconhecidos nacionalmente como bons produtores. A Expointer dá uma visibilidade grande para a propriedade e valoriza o gado. Meus animais sempre ganham prêmios em exposições. E faz oito anos que meus touros ganham o título de o mais pesado da Expointer. Mas meus 71 anos já me fazem cansar um pouco”, admite.

Preparação dos animais

E como é a preparação dos animais para participarem do julgamento da raça na feira? Lima conta que seus bovinos Limousin são soltos no campo o tempo todo. “Eles têm piquetes de um a um hectare e meio, onde se alimentam fora da época da exposição duas vezes ao dia. A cada vez, a gente dá dois canecos de ração especial (cada um de 2,5 quilos, com 16% de proteína), casquinha de soja e silagem de milho, além de vitaminas e homeopatia para combater o carrapato”, explica.

O produtor destaca que, quando é época de exposição, os animais de mais idade e que precisam ter um peso diferenciado são presos em estábulos cerca de 50 ou 60 dias antes. “As fêmeas não são presas, só os machos”, esclarece. “Mas a gente caminha com eles duas vezes por dia, com sol ou chuva, é bom para eles terem resistência. E os alimentamos três vezes ao dia. Os animais adultos comem 13,5 quilos de ração por dia cada um. Quando eles estão presos, precisam de um pasto, então eu dou alfafa triturada, porque o aproveitamento é total”, comenta Lima.

A preparação, na verdade, começa desde cedo. “Quando os animais completam quatro meses já começamos a analisar a filiação, se os pais são especiais, vamos observando as características do animal, a forma de se portar, o andar, e outras características da raça. E começamos a amansá-los aos poucos. Desde novos eles ganham alimentação diferenciada com vitaminas”, conta Lima.

Para o produtor, essa preparação tem surtido efeito. De acordo com ele, a Limousin também é uma raça de grande rendimento de carcaça. “Eu tenho usado os animais para cruzamento com o gado Devon, Brangus e Angus. E tenho o plantel Limousin, sou produtor de touros e novilhas. Vendemos até para outros estados como São Paulo e Minas Gerais. E temos vendido também sêmen de touros para todo o Brasil através de parcerias”, pontua.

Parte estética

Cerca de 30 ou 40 dias antes da Expointer, os animais são casqueados. Os cascos têm a finalidade de sustentação e locomoção dos bovinos. O casqueamento tem como principal objetivo prevenir doenças dos cascos em animais estabulados e mantidos em piquetes. “Fazemos as unhas dos animais. Vem um veterinário de Santa Catarina, especialista em podologia, ele casqueia os animais, coloca em um brete para ajustar os cascos. Assim, quando eles entrarem em pista poderão caminhar sem problemas. Isso tudo influencia na reprodução também”, esclarece Lima.

Segundo ele, alguns produtores também tosam seus animais para a exposição. “Nós já tosamos, mas hoje optamos por não tosar mais. Só fazemos algum acabamento no prepúcio ou na cola, escovamos e penteamos seu pelo”.

Fazenda Boa Esperança

A Fazenda Boa Esperança começou com o avô materno de Lima. “No início eram 12 quadras de campo. Atualmente são 800 hectares. Criamos Limousin desde 2001. E os animais participam da Expointer desde 2012”, relata o pecuarista. “Desde 1994 eu ia na feira só para assistir ao julgamento dos Limousin. Nunca sonhei em estar no patamar que estou hoje. Fiquei oito anos na presidência da Associação Brasileira de Limousin. É uma categoria muito unida. Em feiras de terneiros, durante oito anos, sempre me sagrei com o lote mais  pesado, com terneiros de nove meses pesando 370 quilos”, conta com orgulho.

“É uma honra para um cachoeirense que não era do ramo. Estou há 25 anos na pecuária, sou advogado, mas sempre fui apaixonado, porque meu pai e meu falecido irmão eram dedicados à pecuária. E eu estou seguindo seus passos. Vamos parar de participar da Expointer, mas continuar atuando na área”, conclui Lima.

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