Lagarta-da-soja: produtores em alerta entre novembro e março
A Anticarsia gemmatalis se caracteriza por causar danos progressivos nas plantas
A partir do mês de novembro os sojicultores precisam estar atentos para a anticarsia gemmatalis, a lagarta-da-soja, uma das pragas mais devastadoras da cultura. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) indicou um cenário climático que pode favorecer a proliferação desta praga, que encontra em condições de calor e umidade elevada o ambiente ideal para o seu desenvolvimento.
Segundo o prognóstico climático do INMET para este mês de novembro, grande parte das regiões Sudeste e Centro-Oeste deve registrar chuvas dentro ou acima da média, especialmente em áreas como Goiás e o centro-leste de Mato Grosso, que terão um aumento nos níveis de umidade do solo, facilitando o desenvolvimento da soja. No entanto, essa condição também favorece a proliferação da anticarsia gemmatalis, cujo ciclo de vida é acelerado pelo aumento da umidade e das temperaturas, ambas esperadas para este período. A lagarta, que atinge o pico populacional entre janeiro e fevereiro, pode se multiplicar rapidamente se houver falhas no monitoramento.
No MATOPIBA, que compreende os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, a previsão é de chuvas próximas ou abaixo da média. A menor quantidade de precipitação pode reduzir os níveis de umidade no solo, dificultando o avanço do plantio de soja. Entretanto, nas áreas que já estiverem cultivadas, o clima mais seco pode ajudar a reduzir a incidência da lagarta-da-soja, que prefere ambientes com alta umidade. Já no Sul do Brasil, que deve registrar chuvas próximas à média histórica, a manutenção dos níveis de umidade pode beneficiar os cultivos de inverno e também sustentar o crescimento da soja. No entanto, essa condição também pode criar um ambiente favorável à praga, exigindo monitoramento constante para evitar danos severos.
Sintomas e danos da Lagarta-da-soja
A Anticarsia gemmatalis se caracteriza por causar danos progressivos nas plantas. Inicialmente, as lagartas mais jovens provocam pequenas perfurações nas folhas, mas, conforme amadurecem, o consumo foliar aumenta exponencialmente, podendo chegar a 95% do total durante sua fase de desenvolvimento. Se não controlada, essa praga pode provocar uma desfolha de até 100%, afetando gravemente a fotossíntese e reduzindo a produtividade das lavouras.
Controle
O controle integrado de pragas se torna uma estratégia ainda mais essencial. O manejo integrado (MIP) envolve o uso de controles biológicos, como o Baculovirus anticarsia, um vírus específico para essa praga, e o fungo Nomurea rileyi, que é mais eficaz em condições de alta umidade e temperaturas médias. Esses métodos ajudam a reduzir a dependência de inseticidas químicos, preservando o equilíbrio do ecossistema.