CNH leva para Agrishow robô que auxilia operadores de máquinas agrícolas sem uso de internet

Mais simples, segura e sustentável, tecnologia inédita permite interação de voz, execução de comandos de máquinas, além de checklist de manutenção e segurança 

Imagine caminhar pela Agrishow e, de repente, ser recebido por um simpático robô que se desloca sozinho, desviando de obstáculos, escaneando a área ao seu redor. Na “cabeça” desse robô, um tablet que responde às suas perguntas, dá instruções e ainda consegue ativar recursos de um trator real, como luzes, ar-condicionado ou faróis. Essa é uma experiência real para visitantes da maior feira de agronegócio do país. A novidade, no entanto, fica por conta de um detalhe importante: ao invés da internet, o robô faz uso de inteligência artificial generativa offline.   

Desenvolvida pela CNH, responsável pelas marcas agrícolas Case IH e New Holland, em parceria com as startups Human Robotics e Mr. Turing, a interação direta da IA com componentes de máquinas, além de permitir a ligação ou desligamento de sistemas, possibilita exibir um checklist detalhado de procedimentos de segurança e manutenção, entre outras aplicações. “Nos últimos anos, apresentamos soluções que permitiam a interação de um operador e máquina por meio de um comando de voz. Agora, estamos experimentando uma solução inédita em que não há dependência de conexão estável de internet para a inteligência artificial. Em áreas de campo ou locais remotos onde a conexão ainda é um desafio, essa tecnologia abre grandes possibilidades”, explica Wei Lai, gerente de Sistemas e Portfólio da CNH. 

Além do recurso offline, a tecnologia - batizada de M.A.I.A para Case IH e GUIA para New Holland - é mais sustentável, dispensando a utilização de grandes servidores que demandam grande consumo energético, é fácil de transportar e configurar, e permite convergência de tecnologias. 

Wei explica que, a experiência vai além da interação de voz do robô com a máquina: a M.A.I.A./GUIA permite executar comandos como acionar ou desligar componentes do trator, algo que offline, nenhuma outra solução similar oferece hoje, nem mesmo no setor automotivo. “A pessoa chega ao robô, faz sua pergunta em voz alta, o sistema entende, processa e responde imediatamente. A tela apresenta a resposta e as fontes oficiais das nossas marcas que foram utilizadas, sejam elas manuais ou vídeos. Isso transforma uma experiência que antes era baseada em leitura de 1500 páginas em algo prático, de rápida compreensão e interativo”, comemora. 

Desenvolvimento 

O processo de desenvolvimento da M.A.I.A/GUIA surgiu da identificação pela equipe da CNH de um problema real sentido pelos operadores de máquina no campo: muitos manuais de tratores como o T8 e o Magnum chegam a somar mais de 1500 páginas. Cada avanço tecnológico embarcado, tornava o trabalho do operador mais complexo - e o acesso à informação mais difícil. Foi aí que a equipe multidisciplinar de CX e Gestão do Conhecimento resolveu usar a inteligência artificial para tornar essa informação mais simples e disponível. 

Em 2023, a CNH levou para a Agrishow prova de conceito que permitia o operador perguntar e era respondido pela inteligência artificial, fazendo uso da Alexa. A inovação fez sucesso, mas tinha uma oportunidade de aprimoramento técnico: a restrição da tecnologia, que só obedecia a comandos específicos. 

Em 2024, a empresa adotou uma abordagem própria que foi batizada de M.A.I.A/GUIA, garantindo uma experiência limpa, segura e relevante. No entanto, outra barreira apareceu: a latência da rede. No campo e até mesmo na Agrishow, a qualidade da internet comprometia a experiência. Foi assim que, neste ano, a empresa começou a trabalhar na tecnologia offline, que garantiu uma tecnologia sustentável, segura e com atendimento humano. 

Os visitantes poderão testar o robô no estande da New Holland e o avatar no da Case IH, ambas as marcas da CNH que estarão em exibição na Agrishow, entre os dias 28 de abril a 03 de maio. A tecnologia está em etapa de prova conceito e a expectativa é que seja utilizada para outras aplicações, inclusive comerciais, tais como checklist automático de componentes eletrônicos e funcionalidades de monitoramento e processamento de dados, tais como existem hoje no Control Room.