Oferta apertada sustenta preços do milho no curto prazo

Os preços do milho em Chicago seguem firmes devido à restrição da oferta global, conforme análise do Itaú BBA. Para a safra 2024/25, projeta-se uma redução dos estoques mundiais em cerca de 25 milhões de toneladas, impulsionada pela menor produção nos Estados Unidos e pelo aumento da demanda global. A situação se agrava com as dificuldades climáticas na Argentina, terceiro maior exportador mundial, onde a produção pode cair de 50 para 45 milhões de toneladas, pressionando ainda mais a oferta global.  

No Brasil, apesar da expectativa de uma safra maior em 2024/25, a demanda interna aquecida, impulsionada pelo crescimento da indústria de etanol de milho, contribui para a redução dos estoques. O desempenho da segunda safra será decisivo para a formação dos preços, especialmente no Mato Grosso, que responde por quase metade da produção do milho safrinha. O plantio concentrado em um curto período neste ano torna as previsões climáticas para abril e maio ainda mais relevantes para definir a produtividade.  

Apesar do cenário de oferta restrita, alguns fatores podem limitar uma valorização mais acentuada dos preços. Entre eles, destaca-se a possibilidade de aumento da área plantada nos Estados Unidos e o desfecho do conflito no Mar Negro, que poderia normalizar o fluxo de exportações da região.  

No curto prazo, no entanto, o mercado doméstico deve seguir com preços sustentados, refletindo a oferta apertada e a necessidade de recomposição de estoques. A evolução do clima nas principais regiões produtoras e as decisões de plantio nos EUA serão determinantes para a tendência do mercado nos próximos meses.