Fretes em patamares recordes desafiam o escoamento
A grande questão é até quando essa pressão sobre os fretes deve continuar

A colheita recorde da safra de soja avança no Brasil, mas os desafios logísticos se tornam cada vez mais evidentes. Segundo Marcos Rubin, CEO e fundador da Veeries, a escassez de caminhões, observada do Paraná ao Tocantins, está elevando os custos de transporte a níveis históricos. Essa pressão sobre os fretes rodoviários adiciona mais um obstáculo ao escoamento da produção, refletindo a sobrecarga do sistema logístico.
Os aumentos registrados são impressionantes e, à primeira vista, podem parecer um erro. No entanto, os números refletem a realidade de um mercado em que a demanda por transporte supera a oferta, impulsionando preços e dificultando o fluxo da safra. Esse cenário é preocupante para produtores, tradings e toda a cadeia de comercialização, que precisam lidar com custos mais altos em um momento de margens pressionadas.
Com a infraestrutura operando no limite, a grande questão é até quando essa pressão sobre os fretes deve continuar. A persistência desses custos elevados pode comprometer a competitividade do agro brasileiro no mercado internacional, reduzindo a atratividade da soja nacional frente aos concorrentes. Além disso, o encarecimento do transporte impacta a rentabilidade dos produtores, que já enfrentam oscilações cambiais e variações nos preços das commodities.
Diante desse cenário, agentes do setor buscam soluções para minimizar os impactos da crise logística. O investimento em alternativas como o transporte ferroviário e hidroviário pode ajudar a reduzir a dependência do modal rodoviário. No entanto, essas soluções exigem planejamento de longo prazo, enquanto os desafios do escoamento da atual safra demandam respostas imediatas.