Chicago: Soja recua com demanda fraca
A falta de avanços nas negociações comerciais pesou sobre as cotações

A soja fechou em baixa na Bolsa de Chicago (CBOT) nesta segunda-feira, impactada por preocupações com tarifas comerciais, demanda fraca e avanço da colheita no Brasil, conforme análise da TF Agroeconômica. O contrato de março caiu 1,31%, ou 13,25 cents/bushel, encerrando a $998,25, enquanto o contrato de maio recuou 1,39%, ou 14,25 cents/bushel, para $1011,50. O farelo de soja para março perdeu 0,55%, cotado a $290,1/ton curta, e o óleo de soja caiu 1,45%, fechando a $42,90/libra-peso.
A falta de avanços nas negociações comerciais pesou sobre as cotações. As incertezas em relação às tarifas que seriam impostas aos principais parceiros comerciais dos EUA aumentaram a pressão sobre o mercado. Diferente de ocasiões anteriores, nenhuma alteração de última hora nos prazos foi anunciada, reforçando o pessimismo e pressionando todas as commodities do complexo de soja.
Além disso, a colheita no Brasil, que inicialmente apresentava atrasos, avançou significativamente em relação ao ano passado. O país se aproxima de uma safra recorde, aumentando a oferta global e contribuindo para a queda nos preços. Com a produção brasileira ganhando ritmo, compradores internacionais têm optado pelos portos brasileiros, reduzindo ainda mais a demanda pela soja americana.
O cenário de oferta elevada no Brasil e incerteza comercial nos EUA pode continuar pressionando os preços da soja nas próximas semanas. Caso não haja mudanças significativas no quadro de tarifas ou recuperação da demanda, o mercado deve seguir registrando volatilidade. “A imposição de tarifas comerciais pode reduzir ainda mais a demanda pelo grão americano, que está menor semana a semana e voltada para os portos brasileiros”, comenta.