Safrinha de milho avança no Brasil, com incertezas
Entre os fatores de baixa está o avanço do plantio da Safrinha no Brasil

A safra brasileira de milho Safrinha segue se desenvolvendo bem, reduzindo a pressão pela formação de estoques industriais, principal fator de alta dos preços no momento, segundo análise da TF Agroeconômica. Nos estados do Sul, a colheita da primeira safra está em andamento, e a entrada do milho paraguaio nos mercados de Santa Catarina e Paraná tem pressionado as cotações. Com base nos preços médios atuais – R$ 62,50/saca no Paraná (lucro de 11,11%), R$ 69,00 em Santa Catarina (22,67%) e R$ 66,00 no Rio Grande do Sul (17,33%) –, a recomendação é vender para garantir os lucros. Já para quem cultiva Safrinha, a recomendação é aguardar, pois os preços ainda estão abaixo dos custos de produção.
No cenário internacional, os fatores de alta incluem a suspensão temporária de tarifas de 25% sobre importações do México e Canadá, que aliviam o comércio agrícola dos EUA. Além disso, 60% da área tradicional de milho nos Estados Unidos enfrenta seca, podendo impactar a oferta futura. No Brasil, a demanda das indústrias de etanol e carnes tem sustentado uma alta de 22,10% nos preços, embora ainda abaixo do custo de produção em algumas regiões.
Entre os fatores de baixa, o avanço do plantio da Safrinha no Brasil, que deve responder por 80% da oferta total, é um elemento-chave. Em Mato Grosso, 96,44% da área já foi plantada, próximo da média dos últimos anos. Além disso, as exportações brasileiras devem cair para 337,6 mil toneladas em março, muito abaixo das 1,29 milhão de toneladas exportadas em fevereiro. Na Argentina, a colheita avança, mas chuvas recentes têm causado atrasos, embora algumas lavouras tenham apresentado melhora. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires mantém a estimativa de produção em 49 milhões de toneladas.