RS: projeto vai revitalizar mata ciliar em rios do Vale do Taquari
Estudo mapeou margens que estavam com a vegetação degradada; cinco cidades serão beneficiadas
Com o intuito de construir conhecimento para a restauração ecológica dos ecossistemas regionais, um dos projetos da Universidade do Vale do Taquari (Univates) tem o objetivo de definir metodologias eficazes para a restauração da cobertura vegetal das margens de rios e arroios da região, cuja vegetação encontra-se degradada ou ausente. São cerca de R$ 222,8 mil captados da CEEE para a execução do projeto. A Univates, como contrapartida, mantém a equipe de trabalho que vai executar a iniciativa por quatro anos, composta por três bolsistas de iniciação científica e pesquisadores que atuam no projeto.
A expectativa é de que as cidades de Travesseiro, Marques de Souza, Lajeado, Encantado e Arroio do Meio recebam as intervenções. Às administrações municipais que trabalharem em conjunto com a universidade caberá, por exemplo, o auxílio no transporte de mudas e materiais necessários para a implantação das metodologias.
Parte das mudas a serem utilizadas está sendo produzida no campus da Univates, em Lajeado. As metodologias começam a ser implantadas neste mês, e o projeto encerra em 2024. Ao fim do trabalho, livros, cartilhas e produção científica estarão disponíveis à população, como uma forma de ampliar a pesquisa desenvolvida na Univates.
O planejamento é essencial para que o trabalho tenha o sucesso esperado. A Univates já desenvolveu um projeto sobre matas ciliares entre 2012 e 2014, também coordenado pela docente, que é doutora em Botânica e trabalha com ecologia vegetal. "Naquela ocasião fizemos a caracterização da vegetação, ou seja, o reconhecimento das espécies que ocorrem nas margens do rio Taquari, em áreas preservadas e também degradadas. Quando terminamos esse trabalho, partimos para o arroio Forquetinha. Logo após, começamos a nos questionar sobre a estrutura das comunidades vegetais das matas ciliares do rio Forqueta", explica a professora Elisete Maria de Freitas , que coordena o projeto.
Esses estudos e outros já realizados permitem que a equipe envolvida conheça a diversidade de espécies que compõem a flora das margens dos rios e arroios da região e possa definir quais espécies devem ser utilizadas para acelerar a restauração das áreas que se encontram degradadas. "O que o diferencia de outras iniciativas é a abrangência do que é proposto, uma vez que, só em termos de mudas a serem plantadas, serão cerca de 4 mil inicialmente. Quando pensamos na estimativa de quantas mudas vamos precisar, o total assusta", relata Elisete.
Serão utilizadas 12 áreas com cerca 3.000 metros quadrados, nas quais o processo todo será realizado e documentado cientificamente. "Vamos testar diferentes metodologias e verificar o que a gente pode e o que não pode fazer aqui. Existem diferentes formas de fazer, e o nosso objetivo é identificar o que é o melhor para o Vale do Taquari, conforme as características locais", aponta a pesquisadora.