Feijão guandu se destaca para alimentação animal
O melhoramento genético do feijão guandu ocorre desde a década de 1970
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Pesquisadores da Embrapa Caprinos e Ovinos (CE) identificaram a cultivar Super N como a mais indicada para alimentação de caprinos, ovinos e bovinos no Semiárido brasileiro. O estudo, realizado ao longo de três anos em Sobral (CE), Boa Viagem (CE) e Sumé (PB), analisou 21 genótipos e apontou a Super N como a mais produtiva, com mais de 6,2 mil kg/ha de matéria seca de forragem.
A pesquisa comparou quatro cultivares comerciais e 17 genótipos experimentais, avaliando florescimento, altura e produtividade. Além da Super N, a cultivar Iapar 43 também se destacou, com mais de 5,7 mil kg/ha de forragem seca. A Super N, no entanto, apresentou uma produtividade 16% superior à da Iapar 43 na produção de grãos.
O melhoramento genético do feijão guandu ocorre desde a década de 1970, mas a adaptação ao Semiárido brasileiro ainda era um desafio. Segundo o professor Ranoel Gonçalves, da UFCG, a recomendação de uma cultivar adaptada beneficia diretamente produtores da região, especialmente em Sumé, onde há forte presença da caprinocultura leiteira.
“Algumas cultivares foram desenvolvidas para outras regiões e, com esse programa de pesquisa, teremos genótipos de fato adaptados porque as etapas do melhoramento genético foram realizadas na região foco. Ao fim do programa, pretendemos ter várias cultivares de feijão guandu que atendam às necessidades reais dos produtores de caprinos e ovinos do Semiárido”, anuncia.
A próxima etapa da pesquisa será a validação em propriedades rurais e a realização de dias de campo para os produtores conhecerem as cultivares. No futuro, novas variedades mais produtivas poderão ser lançadas para atender às necessidades da pecuária no Semiárido.