Preços do trigo ainda podem cair
No Brasil, os preços do trigo ainda não avançaram significativamente
No Brasil, os preços do trigo ainda não avançaram significativamente - Foto: Canva
De acordo com análise da TF Agroeconômica, os preços internacionais do trigo ainda podem sofrer novas quedas antes de uma recuperação mais consistente, prevista para abril deste ano. Essa expectativa está relacionada aos altos estoques norte-americanos, que precisarão ser consumidos para que os preços retomem uma trajetória de alta. A situação também impacta o trigo argentino, cuja competitividade no mercado brasileiro está limitada pela valorização do dólar. No médio e longo prazos, a tendência em Chicago é de elevação, o que poderá abrir espaço para uma recuperação no mercado doméstico.
No Brasil, os preços do trigo ainda não avançaram significativamente devido à estratégia dos moinhos, que se abasteceram previamente para janeiro. Essa postura permite que fiquem fora do mercado enquanto cooperativas e cerealistas enfrentam a necessidade de esvaziar armazéns para receber as safras de milho-verão, cuja colheita já começou, e de soja, prevista para março no Paraná. Apesar disso, o Cepea já registrou um aumento de 0,42% nos preços do trigo físico no Paraná em janeiro, e a expectativa é de que esse movimento se intensifique gradualmente.
A TF Agroeconômica recomenda que os moinhos adquiram o máximo possível de trigo físico. Caso os recursos sejam limitados, sugere-se a compra de contratos futuros, que demandam entre 8% e 12% do capital que seria necessário para as operações físicas. Moinhos cooperativos, por outro lado, devem evitar contratos longos de farinha, pois a tendência de alta pode pressionar os custos. Já cooperativas e cerealistas focados em armazenamento devem vender o trigo físico agora para liberar espaço, mas garantir posição no mercado futuro da CBOT para aproveitar possíveis valorizações futuras.
