Disputa comercial: EUA impõem tarifas de até 245% sobre importações da China
Estados Unidos avaliam impor novas tarifas contra a China

Segundo anúncio divulgado pela Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou, nesta terça-feira (15), uma ordem executiva determinando a abertura de uma investigação sobre os riscos à segurança nacional causados pela dependência dos Estados Unidos de minerais críticos processados no exterior, com foco especial na China. A medida autoriza o Departamento de Comércio a conduzir a apuração com base na Seção 232 da Lei de Expansão do Comércio de 1962, mesma legislação usada anteriormente para impor tarifas sobre aço e alumínio.
Segundo a Casa Branca, a investigação vai examinar a vulnerabilidade das cadeias de suprimentos, os efeitos econômicos de distorções no mercado global e as possíveis medidas comerciais para proteger os interesses estratégicos dos EUA. “Uma dependência excessiva de minerais críticos estrangeiros pode comprometer as capacidades de defesa, o desenvolvimento de infraestrutura e a inovação tecnológica dos Estados Unidos”, afirmou Trump.
A ordem ocorre em meio a uma escalada nas tensões comerciais com a China. O país asiático proibiu recentemente a exportação de materiais estratégicos como gálio, germânio, antimônio e seis metais pesados de terras raras, incluindo ímãs usados em indústrias aeroespaciais, de semicondutores e de defesa. A medida é vista por Washington como uma tentativa de coerção econômica.
Veja também: Guerra tarifária: tarifa da China sobre EUA sobe de 84% para 125%
Como resposta, os Estados Unidos mantêm em vigor um conjunto de tarifas que pode chegar a até 245% sobre determinados produtos importados da China. Esse percentual inclui uma tarifa recíproca de 125%, uma taxa adicional de 20% relacionada à crise do fentanil e tarifas da Seção 301, que variam entre 7,5% e 100%, aplicadas a produtos específicos. “Produtores estrangeiros têm se envolvido em manipulação de preços, excesso de capacidade e restrições arbitrárias à exportação, usando seu domínio na cadeia de suprimentos como ferramenta para obter influência geopolítica e econômica sobre os Estados Unidos. Há alguns meses, a China proibiu as exportações para os Estados Unidos de gálio, germânio, antimônio e outros materiais de alta tecnologia com potenciais aplicações militares”, apontou o documento.
O governo norte-americano justifica a continuidade das tarifas com base na postura retaliatória da China. "Mais de 75 países já se uniram para discutir novos acordos comerciais. Como resultado, as tarifas individualizadas mais altas estão atualmente suspensas em meio a essas discussões, exceto para a China, que retaliou", informou a Casa Branca em comunicado.
A nova ordem executiva se soma a uma série de ações iniciadas pela administração Trump desde o início de seu mandato. Entre elas estão a imposição de tarifas sobre aço e alumínio, a criação do plano de comércio "Justo e Recíproco", e a abertura de investigações sobre importações de outros insumos estratégicos, como cobre e madeira serrada.