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Produção de milho sofre com problemas climáticos

Preços seguem firmes



Foto: Agrolink

Os preços do milho se mantiveram firmes, porém, mais estáveis do que nas últimas semanas no Brasil, conforme a análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema). As altas ocorrem especialmente no Rio Grande do Sul, onde as perdas foram mais severas, sobretudo após as enchentes de maio. Assim, a média gaúcha fechou a semana em R$ 57,34/saco, enquanto as principais praças locais se mantiveram em R$ 55,00. Já nas demais regiões do país, os preços médios ficaram entre R$ 36,00 e R$ 58,00/saco. E na B3, o fechamento da quarta-feira (29) indicou,  para os primeiros meses cotados, valores entre R$ 58,70 e R$ 69,11/saco. Este último valor já é para janeiro/25.Dito isso, analista privado aponta, em seu levantamento de maio, que a área semeada  com o milho de verão teria sido de 4,05 milhões de hectares (2,65 milhões no Centro-Sul e 1,4 milhão no Norte/Nordeste), o que representa um recuo de 10,1% sobre o ano anterior.

Os problemas climáticos em geral derrubaram o volume produzido para 23,8  milhões de toneladas (17,8 milhões no Centro-Sul e 5,95 milhões no Norte/Nordeste), o  que representa um recuo de 14,6% sobre o ano de 2023. Já para a safrinha a área foi mantida em 17,2 milhões de hectares, ou seja, 7,6% abaixo da registrada em 2023. Com isso, a produção final da safrinha está estimada em 90,5 milhões de toneladas, ou seja, 16,7% abaixo da registrada no ano anterior, sendo 81,3 milhões no Centro-Sul e 9,18 milhões no Norte/Nordeste. Assim, no total das duas safras nacionais de milho, a área chega a 21,2 milhões de hectares, ou 8,1% abaixo da realizada em 2023, e a  produção final fica em 114,3 milhões de toneladas, ou 16,2% abaixo da registrada no  ano passado, de acordo da Datagro. 

Tem-se aí um elemento potencial para a continuidade na reação dos preços do cereal em algumas regiões do país, dependendo da cadência de consumo interno e das exportações. Nota-se que existe discordância entre os analistas e a própria Conab quanto ao volume final a ser colhido no Brasil. Por exemplo, Safras & Mercado estima um total de 123,3 milhões de toneladas a serem colhidos no corrente ano. Enquanto a safrinha ficaria em 83,6 milhões de toneladas, a safra de verão teria somado 25,6 milhões. Soma-se ainda a safra do Norte/Nordeste, em um total de 14,1 milhões de toneladas e chega-se ao total geral indicado pela consultoria, que adianta, segundo ela, que o volume total colhido na safra anterior teria sido de 140 milhões de toneladas. 

Por outro lado, a colheita da safrinha no Mato Grosso atingia a 1,9% no final da semana anterior, ficando à frente da média histórica, que é de 0,64%. Em termos de produção  final, espera-se um recuo de 14,2%, para 45 milhões de toneladas de milho, segundo o Imea. E no Paraná, segundo o Deral, a safrinha começou a ser colhida antecipadamente, neste ano. Segundo o órgão público estadual, 4% das lavouras haviam sido colhidas até esta  última semana de maio, sendo que, do restante, 43% estavam em maturação. Na  ocasião, 51% das áreas a serem colhidas estavam em boas condições, 32% regulares  e 17% ruins. Em tais condições, a produção paranaense da safrinha de milho foi  reduzida para 13,2 milhões de toneladas, contra 14,3 milhões colhidas no ano anterior.  

Enquanto isso, a Conab informou que a safrinha estava colhida em 1,1% no Brasil, até esta última semana de maio, porém, apontando um índice menor no Paraná (2%). Para  a Conab, a colheita da safra de verão de milho atingia a 78,4% neste final de maio, havendo ainda 19,2% das mesmas em maturação.

E no Mato Grosso do Sul, segundo a Famasul, 56,2% das lavouras da safrinha estavam em boas condições no final de maio, outras 20,8% regulares e 22,9% estavam ruins. Devido a diversos problemas climáticos regionalizados, este Estado estima que a área total semeada atingiu a 2,2 milhões de hectares, ficando 5,8% menor do que no  ano anterior. A produtividade prevista é de 86,3 sacos/hectare, o que significa uma redução de 14,2% sobre à última colheita. Com isso, o Estado deverá colher 11,4  milhões de toneladas, sendo isso 19,2% inferior à 2023.  

Enfim, segundo a Secex, o Brasil exportou 277.724 toneladas de milho nos primeiros 17 dias úteis de maio. Esse volume representa 72,2% do total exportado em todo o mês de maio de 2023. A média diária é 6,6% inferior ao registrado em maio do ano passado. O preço médio pago pela tonelada do milho brasileiro recuou 37,7% nos  últimos 12 meses, ficando hoje em US$ 206,30/tonelada. Isso representa, ao câmbio de hoje (R$ 5,21), o equivalente a R$ 64,49/saco. 

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