Soja com mais uma queda em Chicago
Apesar do avanço na colheita, há um fator baixista relevante
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A soja negociada na Bolsa de Chicago (CBOT) encerrou a segunda-feira em queda, pressionada pelo avanço da colheita no Brasil e pela expectativa de um grande volume de grãos chegando ao mercado. Segundo a TF Agroeconômica, o contrato de soja para março fechou em baixa de 1,01%, a US$ 10,29 por bushel, enquanto o vencimento para maio caiu 0,92%, a US$ 10,47. No complexo da oleaginosa, o farelo de soja para março recuou 1,02%, a US$ 291,80 por tonelada curta, e o óleo de soja desvalorizou 2,37%, a US$ 45,70 por libra-peso.
A queda foi impulsionada pelo ajuste de posições antes do Fórum Anual do USDA e pela redução dos atrasos na colheita brasileira. Dados da Conab indicam que 36,4% da área apta já foi colhida, contra 38% no mesmo período do ano passado, praticamente zerando o atraso. Além disso, a consultoria AgRural apontou que a colheita atingiu 39% da área plantada, contra 23% na semana anterior e 40% no mesmo período de 2024, com destaque para o Mato Grosso, que lidera os trabalhos.
Apesar do avanço na colheita, há um fator baixista relevante: a revisão da estimativa de produção de soja no Brasil. A AgRural reduziu sua projeção de 171 para 168,2 milhões de toneladas para a safra 2024/2025, refletindo impactos climáticos e ajustes nos rendimentos esperados. Essa revisão pode influenciar a dinâmica de preços nas próximas semanas, especialmente se houver novas atualizações sobre a oferta global.
O cenário segue volátil, com operadores monitorando não apenas a entrada da safra brasileira, mas também as condições de demanda global. A proximidade do Fórum do USDA pode trazer novos elementos para o mercado, enquanto o comportamento do clima na América do Sul e os fluxos de exportação devem seguir no radar dos investidores.