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Aumento no preço do leite ao produtor atinge 5,1% em abril

Valorização do leite ao produtor está sendo impulsionada pela redução na produção



Foto: Pixabay

O preço do leite captado em abril registrou um aumento de 5,1% em relação ao mês anterior, alcançando R$ 2,4576 por litro na “Média Brasil” do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Este é o sexto aumento mensal consecutivo, resultando em um avanço real de 18,7% no preço do leite ao produtor no acumulado deste ano, considerando os valores deflacionados pelo IPCA de abril.

A valorização do leite ao produtor está sendo impulsionada pela redução na produção. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea registrou uma queda de 0,37% de março para abril e, no acumulado do ano, a baixa é de 7,8%.

A menor produção é consequência de investimentos reduzidos dentro das propriedades no final do ano passado, do avanço da entressafra no Sudeste e Centro-Oeste, e do atraso da safra no Sul devido ao clima adverso. Como resultado, a disputa entre laticínios e cooperativas por fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima tem sido intensa, sustentando a valorização do leite. Este cenário deve se manter também em maio, reforçado pelas altas significativas nos preços do leite spot e pela especulação de mercado em relação aos impactos negativos das enchentes no Rio Grande do Sul sobre a pecuária leiteira do estado.

No entanto, essa tendência de alta pode perder força a partir de junho, devido a uma combinação de fatores. Primeiramente, a oferta de leite cru tende a se recuperar, embora lentamente, e o aumento da margem do produtor nos últimos meses deve favorecer a captação. Em segundo lugar, os laticínios estão encontrando dificuldades em repassar os aumentos dos preços do campo para os preços dos derivados. Os canais de distribuição continuam pressionando as negociações com as indústrias para obter preços mais baixos para os lácteos, o que resultou em variações pouco expressivas nas cotações do UHT, da muçarela e do leite em pó em abril. Com margens reduzidas na venda dos derivados, especialmente os mais “comoditizados”, os laticínios podem enfrentar dificuldades para manter o ritmo de aumento nos preços pagos aos produtores.

Além disso, as importações continuam a exercer pressão sobre o mercado lácteo. Dados da Secex indicam que, de janeiro a abril, as compras externas somaram quase 774 milhões de litros em equivalente leite, um aumento de 15% em relação ao mesmo período do ano passado.


 

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