Mercado global de trigo enfrenta desafios com seca nos EUA

As cotações do trigo na Bolsa de Chicago apresentaram leve recuo nesta semana, com o bushel finalizando a quinta-feira (31) em US$ 5,70, frente a US$ 5,81 na semana anterior. Apesar da queda recente, o valor do cereal mantém-se acima dos US$ 5,56 registrados no mesmo período do ano passado. Segundo informações da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), o plantio do trigo de inverno nos Estados Unidos está abaixo da média histórica, atingindo apenas 80% da área esperada até 27 de outubro.

As condições climáticas adversas continuam a impactar as lavouras estadunidenses, onde apenas 38% da safra é classificada como boa a excelente, enquanto 23% está em condições ruins ou muito ruins. A seca severa nas regiões produtoras é uma das piores em 39 anos, com aproximadamente 58% das áreas de trigo de inverno sob condições de seca, a maior extensão desde o início de 2023. Apesar de uma previsão de chuva para o final de outubro, os técnicos estão cautelosos em relação à recuperação das lavouras.

Ainda segundo dados da CEEMA, por outro lado, a Argentina espera exportar um volume recorde de trigo, podendo atingir 13,3 milhões de toneladas na safra 2024/25, o segundo maior volume da história do país. A colheita argentina está estimada em 19,5 milhões de toneladas, impulsionada por condições favoráveis e boa demanda no mercado internacional.

Na Rússia, as exportações de trigo se estabilizaram após uma breve alta, com o preço FOB para entrega em novembro em US$ 232,00 por tonelada, uma ligeira queda de US$ 2,00 em relação à semana anterior. A consultoria Sovecon elevou a previsão de exportação para outubro, estimando um novo recorde de 5 milhões de toneladas exportadas, frente aos 4,7 milhões do ano anterior.