Demanda por fósforo cresce e pressiona preços de fertilizantes no Brasil
Mercado sente impacto da alta dos fertilizantes e do dólar

Apesar da queda no preço de algumas commodities agrícolas, o Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) registrou leve recuo de 0,6% em março, fechando o mês em 1,09. O indicador, que mede a capacidade do produtor de adquirir fertilizantes com base na receita obtida com a venda de grãos, foi influenciado principalmente pela valorização do dólar, pela alta no preço médio dos fertilizantes e pelo encarecimento de matérias-primas.
O milho foi o destaque entre as principais commodities analisadas, com valorização de 7% no mês. Já soja e cana-de-açúcar registraram quedas de 0,3% e 2,6%, respectivamente, o que pressionou para baixo a média dos preços das commodities, que caiu 0,9% em relação a fevereiro.
No lado dos insumos, os fertilizantes tiveram aumento médio de 0,2%, com destaque para o Cloreto de potássio (KCl), que subiu 5%, e o superfosfato simples (SSP), com alta de 3%. A Ureia, por outro lado, teve queda expressiva de 12%, o que ajudou a suavizar o impacto geral no índice.
Especialistas apontam que a oferta global de Potássio segue limitada. Os principais países produtores operam próximos da capacidade total, com grande parte da produção já comprometida em contratos. Esse cenário restritivo tem mantido os preços internacionais em níveis elevados.
No caso do Fósforo, o mercado interno viu uma aceleração nas compras ao longo de março. A recuperação do ritmo de aquisição — que vinha abaixo da média histórica — somada à maior demanda da China para produção de baterias, tem pressionado os preços no Brasil.