Paquistaneses estão plantando menos
O trigo é essencial para a segurança alimentar do Paquistão

A incerteza em torno das compras governamentais de trigo levou os agricultores paquistaneses a reduzirem suas plantações em 3% para a safra 2025-26. Além disso, enfrentam uma severa seca, com 42% menos chuvas entre setembro de 2024 e janeiro de 2025, segundo o Departamento Meteorológico do Paquistão. O governo, que tradicionalmente comprava trigo a preços de suporte, não anunciou se manterá essa política, gerando insegurança entre os produtores. Paralelamente, a proibição de importações e exportações de trigo, imposta em julho de 2024, continua em vigor para controlar o mercado.
O Paquistão registrou uma produção recorde de trigo de 31,4 milhões de toneladas em 2024-25, superando os 28,2 milhões do ciclo anterior, impulsionada pelo uso eficiente de irrigação e fertilizantes. No entanto, a falta de chuvas ameaça a nova safra, podendo reduzir a produção em até 35%, segundo o Farmer Board of Pakistan. As regiões de Punjab, Sindh e Baluchistão registraram quedas de precipitação de até 52%, agravando o estresse hídrico durante o estágio crítico de desenvolvimento da cultura.
O trigo é essencial para a segurança alimentar do Paquistão, com um consumo anual estimado em 30,9 milhões de toneladas e uma das maiores médias globais per capita, de 124 kg por ano. A indústria de moagem, composta por cerca de 1.500 moinhos, atende 40% da população. Em julho de 2024, moageiros protestaram contra um imposto de 5,5%, que elevaria o preço da farinha, mas o governo recuou na decisão. A instabilidade climática e política segue desafiando a cadeia produtiva.
O governo também alterou sua política comercial, proibindo importações e restringindo exportações de farinha feita de trigo importado. Em contraste, no setor de arroz, retirou o preço mínimo de exportação para competir no mercado global. As informações são do world-grain.com.