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Nematoide de cisto desafia sojicultura no Cerrado

Praga ameaça produtividade da soja no Cerrado



Foto: Arquivo Agrolink

A expansão da soja no Cerrado brasileiro transformou a região em uma das principais fronteiras agrícolas do país. De acordo com levantamento do MapBiomas, a área cultivada saltou de volumes modestos para cerca de 18 milhões de hectares ao longo das últimas décadas. O crescimento favoreceu ganhos de produtividade, mas também ampliou os desafios no controle de pragas e doenças, como o nematoide de cisto da soja (Heterodera glycines).

“O nematoide está presente em grande parte das áreas produtivas do Brasil, mas é principalmente no Cerrado onde pode causar perdas expressivas ao longo das safras. O nematoide afeta o desenvolvimento das raízes, reduz a absorção de água e nutrientes e impacta diretamente o potencial produtivo da lavoura", afirma Diego Palharini, consultor técnico de produtos da TMG – Tropical Melhoramento & Genética.

Segundo Palharini, o manejo eficiente do nematoide exige atenção em várias frentes e começa pela identificação correta das raças do patógeno presentes no solo. A estratégia, explica o especialista, deve ser baseada na combinação de ações, como a escolha de cultivares com resistência genética, práticas de manejo do solo e rotação de culturas. “O nematoide pode permanecer no solo por várias safras, tornando o controle mais complexo. Se não houver um planejamento adequado, as perdas tendem a aumentar a cada ciclo, comprometendo a viabilidade da cultura e das próximas safras”, explica.

A utilização de cultivares resistentes é apontada como uma das principais ferramentas para lidar com a praga. “A resistência genética reduz os prejuízos causados pelo nematoide sem comprometer o desempenho da lavoura. O impacto da praga pode ser grande, e cultivares adaptadas às condições do Cerrado permitem ao produtor manter a rentabilidade da área”, ressalta Palharini.

Palharini também reforça a importância do monitoramento constante da lavoura para evitar o avanço do problema e orientar as ações de manejo ao longo do ciclo produtivo. “O acompanhamento técnico e a adoção de medidas preventivas podem contribuir para reduzir a pressão da praga e evitar a seleção de novas raças mais agressivas. A integração dessas práticas possibilita maior estabilidade produtiva ao longo das safras, permitindo ao produtor manter o equilíbrio entre sanidade e desempenho da lavoura”, finaliza.

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