Milho brasileiro sobe 20,43% em 2025
A recomendação da TF Agroeconômica é aproveitar a alta da B3

Os preços do milho no Brasil estão descolados das cotações em Chicago, conforme análise da TF Agroeconômica. Enquanto no mercado internacional os valores caíram 1,09% desde o início do ano, no Brasil houve um aumento expressivo de 20,43% no mesmo período. No entanto, apesar da alta, os preços pagos aos agricultores (média de R$ 65,00 por saca no Paraná) ainda resultam em prejuízo de -6,39%, pois permanecem abaixo do custo de produção, estimado pelo Deral-PR em R$ 69,44/saca.
Entre os fatores de alta, a possibilidade de redução da safrinha leva as indústrias a garantirem estoques para o segundo semestre, impulsionadas pelos bons preços das carnes, especialmente suína (+17,68%), e do etanol, que registrou altas de 7,84% no hidratado e 8,19% no anidro. Por outro lado, a pressão de baixa vem da queda contínua em Chicago, influenciada pelo risco de tarifas sobre importações do México e Canadá, conforme anunciado por Donald Trump. Além disso, o USDA projetou um aumento significativo da área plantada nos EUA, elevando a estimativa da nova safra para um recorde de 395,87 milhões de toneladas.
Diante desse cenário, a recomendação da TF Agroeconômica é aproveitar a alta da B3, onde o contrato de julho está em R$ 84,73, e vender opções de PUT. A estratégia visa garantir ganhos caso a safrinha não sofra quebras. Se houver redução de produção, a orientação é ajustar a posição rapidamente.
A previsão de uma safra recorde nos EUA e a desaceleração das exportações americanas continuam pressionando os preços internacionais. No Brasil, a trajetória do milho dependerá do comportamento da demanda interna e das condições climáticas, que ainda podem alterar o quadro de oferta nos próximos meses.